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Presidente da Caixa atribui filas em agências a bloqueios no Caixa Tem

Marcos Corrêa/PR
Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em São Paulo

06/04/2021 14h13

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse hoje que as filas formadas em frente a agências do banco pelo país foram motivadas por pessoas que tentam desbloquear o aplicativo Caixa Tem, único meio atual de utilização do pagamento da nova rodada do auxílio emergencial. O benefício começou a ser pago hoje, mas só pode ser sacado a partir de 4 de maio.

A TV Globo registrou filas em agências de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia. Enquanto o saque não é liberado, o auxílio fica na poupança digital da Caixa e pode ser usado para fazer compras, transferências e pagar contas.

Como o novo auxílio não pode ser solicitado nas agências do banco, o presidente da Caixa explicou que as filas se devem à necessidade de comparecimento presencial para o desbloqueio do Caixa Tem.

"O que está acontecendo hoje, que já era esperado? Estamos pagando aquelas pessoas que nasceram em janeiro. Agora, muitas pessoas estão indo às agências para desbloquearem, eventualmente, o aplicativo do Caixa Tem", disse Guimarães em entrevista à CNN Brasil.

Como o UOL explicou no final do ano passado, o aplicativo usado para movimentar a poupança digital dedicada ao pagamento do benefício social pode ser bloqueado por mal uso do celular. Usar mais de duas contas por aparelho ou o mesmo usuário do Caixa Tem com números diferentes de celular estão entre os motivos para o bloqueio.

Hoje já esperávamos um dia mais intenso porque não estão indo apenas os 2,5 milhões de brasileiros que vão receber [o auxílio]. Basicamente temos quase todos aqueles que têm algum tipo de dúvida e que o aplicativo está bloqueado porque há uma questão em relação às fraudes, e quando temos uma desconfiança pedimos que as pessoas vão às agências, e com a identificação nós liberamos.
Pedro Guimarães, presidente da Caixa

O calendário de pagamento do benefício concedido por causa da pandemia de covid-19 começou hoje para nascidos no mês de janeiro. A primeira parcela de quatro será paga ao logo de abril. Quem já é beneficiário do Bolsa Família recebe o auxílio de acordo com o último dígito do NIS (Número de Identificação Social), a partir de 16 de abril.

Prazo para saques

O presidente da Caixa também comentou sobre o prazo de quatro semanas para a liberação de saques do novo auxílio. Segundo Guimarães, a estratégia ainda pode ser revista, mas o banco estatal espera que a medida faça com que praticamente a totalidade da ajuda financeira seja utilizada antes do início dos saques.

"Este primeiro mês é para que a gente faça os testes, e como fizemos no ano passado, se houver algum tipo de sensibilidade para que a gente possa alterar, a gente vai discutir", afirmou.

São R$ 44 bilhões com consumo de basicamente 100%, ou seja, nesta parte da população a poupança é basicamente zero. Então os R$ 44 bilhões que tem de orçamento para essa nova fase do auxílio, tudo que for transferido, pelo menos 99%, vira consumo e faz com que gire na economia.
Pedro Guimarães

Quem poderá receber?

É preciso atender uma série de critérios para receber o novo auxílio:

  • ter recebido o auxílio emergencial em 2020
  • ser trabalhador informal ou beneficiário do Bolsa Família
  • ter renda familiar mensal de até três salários mínimos (R$ 3.300)
  • ter renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 550)

Como saber se vou receber?

O governo disponibilizou três canais para consultar se terá direito:

Qual será o valor do auxílio?

Dependerá da condição de cada benefício:

  • Para quem mora sozinho: R$ 150
  • Famílias com mais de uma pessoa e que não são chefiadas por mulheres: R$ 250
  • Famílias chefiadas por mulheres: R$ 375

Como será o pagamento?

O governo vai depositar o dinheiro nas contas digitais gratuitas abertas pela Caixa em nome dos beneficiários do auxílio no ano passado. O dinheiro pode ser movimentado pelo aplicativo Caixa Tem.

Primeiro, a pessoa recebe o depósito e só consegue usar o dinheiro para transferências, compras e pagamento de contas. O saque do dinheiro só é disponibilizado semanas mais tarde.

Quem não poderá receber?

Não têm direito, segundo o governo:

  • trabalhadores formais, com carteira assinada
  • quem recebe benefício do INSS ou de programa de transferência de renda federal
  • quem recebeu o auxílio em 2020, mas não sacou nem usou o dinheiro
  • quem estiver com auxílio emergencial 2020 cancelado no momento da análise cadastral do novo auxílio
  • residentes médicos, multiprofissionais, beneficiários de bolsas de estudo, estagiários e similares
  • pessoas com menos de 18 anos, exceto mães adolescentes
  • presidiários
  • quem teve rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2019
  • quem tinha em 31 de dezembro de 2019 a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil
  • quem recebeu em 2019 rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte superior a R$ 40 mil

Como faço para pedir o auxílio?

Não é possível pedir o benefício. No ano passado, o governo disponibilizou um aplicativo e um site para o trabalhador se cadastrar e solicitar o auxílio.

Neste ano, o governo vai usar o cadastro feito no ano passado. Se avaliar que o trabalhador atende os critérios, pagará o benefício automaticamente, sem que o trabalhador tenha que fazer nada para receber.