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Bolsonaro fala em chegar a 'meio termo' em impasse com governadores

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

08/04/2021 20h41

Após atritos e ação no STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu hoje que se chegue a um "meio termo" em decretos publicados por governadores —que estabelecem medidas restritivas no combate à pandemia da covid-19— para, assim, evitar o desemprego.

"Estive na [última] segunda-feira numa comunidade em Brasília, e entreguei chaves para quatro pessoas. Uma estava aposentada e as outras três estavam sem ganho nenhum. Eu perguntei 'como estavam sobrevivendo?'. E me disseram, 'só Deus sabe disso'", relatou o presidente, durante live semanal realizada nas redes sociais.

Em março, Bolsonaro entrou com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a anulação de decretos impostos por governadores e prefeitos para reduzir o contágio pelo coronavírus, que tem se multiplicado e colapsado a rede hospitalar em praticamente todo o País.

Na ocasião, ele acusou o governador do Distrito Federal de instituir um "estado de sítio" (usou o termo de forma errada), falou sobre a decisão do município de São José do Rio Preto, que proibiu o funcionamento de postos de gasolina, e, sem citar nomes, chamou alguns governadores e prefeitos de "projetos de ditadores".

"Eu gostaria que aqueles que acham que podem fechar sem se preocupar com desemprego, visitem as comunidades, entrem na casa delas, vejam o que tem dentro da geladeira, como sobrevivem, para ver se a gente vai para ao meio termo pelo menos no tocante a evitar que empregos sejam destruídos cada vez mais em nosso Brasil", acrescentou ele, em transmissão ao vivo.

"Você sabe que tenho uma linha de defender o emprego, de combater o desemprego. Porque dois problemas nós temos: o vírus e o desemprego", concluiu.

As medidas sanitárias para a pandemia estão previstas na Lei 13979/2020, a mesma que o STF analisou e autorizou Estados e Municípios a tomarem as medidas de saúde necessárias em seus territórios, uma vez que o SUS (Sistema Único de Saúde) é composto pelos governos federal, estadual e municipal.