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Brechós virtuais ajudam a ter renda extra com o que você não usa mais

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

20/04/2021 04h00

Os brechós virtuais têm ajudado as pessoas na pandemia de covid-19 a ter uma fonte de renda extra. É possível vender peças como roupas, sapatos, bolsas, móveis, utensílios domésticos usados e até conseguir descontos para comprar itens novos.

De olho em plataformas promissoras, grandes marcas se alinham aos brechós. No ano passado, a Arezzo fechou acordo e adquiriu 75% do capital acionário do brechó online Troc. A Repassa firmou parcerias com grandes marcas como C&A, Renner e Intimissimi, e o marketplace Enjoei foi parar na Bolsa de Valores, com valor de mercado de R$ 2 bilhões.

O economista e professor do Ibmec/Rio Gilberto Braga avalia que os brechós são um bom negócio para quem vende e para quem compra.

Para ele, a compra e venda de usados é favorecida na pandemia. "É um mercado que tende a crescer. O isolamento social levou a um reposicionamento dos lares, muita gente precisou abrir mais espaço em casa ou sentiu necessidades de outros itens. e nisso aparece a economia circular, ou seja, promover a circulação de bens [usados]", diz.

Veja abaixo quais são e como funcionam alguns brechós e sites de produtos usados.

Troc

Luanna Toniolo, fundadora da TROC Imagem: Divulgação

Lançada em janeiro de 2017 no Paraná, a Troc já vendeu 150 mil itens usados no seu site. Somente neste ano, o crescimento no primeiro trimestre foi 66% maior em comparação ao mesmo período de 2020. No site, estão disponíveis roupas, acessórios, sapatos e bolsas.

Luanna Toniolo, fundadora da Troc, diz que o objetivo da empresa é um "futuro sustentável". Depois da compra pela Arezzo, a empresária continua com 25% do bazar virtual e permanece no comando até pelo menos o fim de 2023.

Repassa

Tadeu Almeida, fundador da marca Repassa Imagem: Divulgação

Em operação desde 2017, outro brechó online é o Repassa, que se alinhou a diversas lojas de roupas para estimular a compra e venda de usados. Marcas como C&A, Renner e Intimissimi colaboram com a marca e distribuem sacolas aos clientes, usadas no envio dos itens usados ao brechó. Localizado em São Paulo, o Repassa tem hoje 500 mil usuários e fechou 2020 com um crescimento de 130% em faturamento.

No momento do cadastro, o vendedor pode optar por como quer receber o valor pelas vendas. Entre as opções, estão encaminhar parte da renda como doação para ONGs parceiras; usar o saldo em compras no próprio site ou transferir o valor total para a conta bancária informada. Segundo Tadeu Almeida, fundador da marca, o site foi criado com o objetivo de conciliar negócios, projetos sociais e meio ambiente.

"O nosso propósito é aumentar o ciclo de vida das roupas que ficam sem uso no armário e resolver um grande problema da sociedade, já que a indústria da moda é a segunda mais poluente."

O Repassa aceita roupas e calçados (femininos, masculinos e infantis), lingeries novas e com etiqueta, pijamas, moda fitness, moda praia, fantasias infantis, acessórios como: cintos, chapéus ou bonés, gravatas, bolsas, mochilas, relógios com bateria e funcionando, óculos de sol sem grau e lenços.

Enjoei

Ludmila Brait, gerente de Projetos Especiais do Enjoei Imagem: Divulgação

Apesar de não se apresentar como brechó, o Enjoei é uma das primeiras plataformas de venda de produtos usados. A empresa começou como blog, em 2009, transformou-se em site e, cerca de dez anos depois, estreou na Bolsa de Valores com valor inicial de mercado de R$ 2 bilhões.

Ao longo do tempo, a plataforma foi se transformando e multiplicando parcerias. Lojinhas de artistas incrementaram a vitrine virtual que foi virou marketplace para grandes e pequenas marcas.

Ludmila Brait, gerente de Projetos Especiais, diz que o Enjoei ajuda a impulsionar diferentes negócios.

O site abriga também lojas de produtos novos de marcas como Farm e Cantão. Para encontrá-las é só clicar em "reais oficiais" no topo do enjoei.com.br. Outra ferramenta da plataforma é o "Enjoei Pro" que permite o envio de peças para a empresa, que fica responsável pela fotografia, anúncio e venda dos produtos, mediante o pagamento de taxas.

Com mais serviços disponíveis, o número de novos produtos publicados no ano passado no site aumentou 74%. Foram 3,3 milhões de itens disponibilizados. Hoje, são 790 mil clientes ativos e 683 mil vendedores ativos. Tem roupas, calçados, acessórios, bolsas, móveis, utensílios domésticos, itens de decoração, entre outros produtos.

OLX

CEO da OLX Brasil, Andries Oudshoorn Imagem: Divulgação

A empresa está presente no Brasil desde 2010. A OLX é um shopping online com transações feitas de consumidor para consumidor sem custo.

Tem móveis, itens de decoração, roupas, calçados, acessórios, bolsas, carros, imóveis e serviços. No ano passado, a empresa anunciou que terminou a aquisição de 100% do Grupo ZAP por R$ 2,9 bilhões. A empresa reúne agora as marcas OLX, ZAP e Viva Real para atuação no mercado de imóveis.

Atenta às necessidades do usuário, a empresa com sede em Amsterdã, na Holanda, desenvolveu ao longo dos anos novas ferramentas para impulsionar os negócios:

O CEO da OLX Brasil, Andries Oudshoorn, afirma que a empresa contribui para a mudança de hábito do brasileiro em adquirir itens usados. "É uma forma de garantir dinheiro extra e contribuir com o meio ambiente."

De acordo com a empresa, as vendas cresceram 26% em 2020, e o número de usuários ativos subiu 18% quando comparado com 2019. A receita bruta da OLX chegou a R$ 683 milhões. Ao todo, foram 29 milhões de itens comercializados em 2020 pela plataforma, por R$ 290 bilhões - crescimento de 107% em relação ao ano anterior.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que informou a assessoria, a OLX não é holandesa. Ela foi fundada na Argentina e hoje tem sede em Amsterdã, Holanda. A matéria foi corrigida.

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