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'Reajuste da bandeira tarifária era esperado', diz Bento Albuquerque

Bento Albuquerque: "Não trabalhamos com nenhum cenário que venha a implicar em racionamento" - Ian Cheibub/Reuters
Bento Albuquerque: 'Não trabalhamos com nenhum cenário que venha a implicar em racionamento' Imagem: Ian Cheibub/Reuters

Do UOL, em São Paulo

29/06/2021 14h04

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse hoje que o reajuste na bandeira tarifária na conta de luz já era "esperado" porque a geração de energia se tornou mais cara em razão da crise hídrica. Ele novamente descartou a hipótese de racionamento.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu aumentar em 52% o valor da bandeira vermelha patamar 2, taxa extra cobrada em junho na conta de luz. A partir de julho, a taxa passa de R$ 6,243 por 100 kWh consumidos para R$ 9,49 por 100 kWh.

"Essa questão do reajuste da bandeira tarifária de certa forma era esperado porque a geração nossa de energia se tornou mais cara em face da crise hídrica", disse o ministro, em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV.

As bandeiras tarifárias são cobradas na conta de luz dependendo das condições de geração de energia no país. Quando as condições são favoráveis, não há cobrança (bandeira verde). Quando há problemas, são cobradas as bandeiras amarela, vermelha ou vermelha patamar 2, a mais alta.

O Brasil passa pela maior crise hídrica em mais de 90 anos, o que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Por isso, o país precisa acionar as usinas térmicas, que produzem energia mais cara.

Ontem, Albuquerque fez um pronunciamento transmitido em rede nacional de rádio e TV e pediu "uso consciente" de água e energia elétrica à população para evitar a piora da situação.

Antes do pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou uma MP (Medida Provisória) para adoção de "medidas emergenciais" que têm como meta evitar um apagão no Brasil. O governo criou um grupo interministerial que "estabelecerá medidas emergenciais para a otimização do uso dos recursos hidroenergéticos, a fim de garantir a continuidade e a segurança do suprimento eletroenergético no País".

Nós não trabalhamos com a hipótese de racionamento, não trabalhamos com nenhum cenário que venha a implicar em racionamento. O que temos feito, primeiro, monitorado nosso sistema 24 horas por dia. O que nós fizemos foi estabelecer governança para que as decisões possam ser tempestivas e tomadas no momento necessário, é isso que nós estamos fazendo, essa Medida Provisória que o governo encaminhou ontem para o Congresso visa também dar uma governança que transmita segurança jurídica para todos os agentes, e os ministérios que compõe essa câmara vão ter agilidade necessária para tomar as medidas no momento adequado Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, em entrevista à RedeTV

Albuquerque acrescentou ainda não ser possível comparar a crise atual com as que aconteceram em 2001 e 2014 porque agora a matriz de geração de energia é diversificada e menos dependente da geração hidroelétrica.

O ministro novamente pediu que a população faça "uso racional da energia e da água", evitando o desperdício.

"Temos que ter o costume que muitos locais do mundo têm de sair do ambiente e apagar a luz. De utilizar aquela água do consumo só para aquilo que é necessário, seja no banho, seja lavando louça, roupa. Estamos procurando fazer campanhas educativas (...) Estamos falando também com os agentes setoriais, todos têm que participar, a sociedade brasileira como um todo tem que participar e contribuir", afirmou.