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Irmãos compram cidadania em 'paraíso' após suspeita de golpe com bitcoin

Os irmãos Cajee, fundadores da corretora de bitcoins Africrypt - Reprodução/Instagram
Os irmãos Cajee, fundadores da corretora de bitcoins Africrypt Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/07/2021 13h23

Dois irmãos acusados de cometerem o maior golpe de bitcoin da história - com valores perdidos avaliados em US$ 3,6 bilhões (quase R$ 18 bilhões) - compraram cidadania na ilha remota de Vanuatu, no Oceano Pacífico.

Segundo documentos obtidos pelo jornal The Guardian, os irmãos Ameer e Raees Cajee, de 18 e 20 anos respectivamente, pagaram cerca de R$ 680 mil por cada licença para viver na ilha. Contudo, a compra de visto na jurisdição não é ilegal.

Os Cajees se tornaram suspeitos depois que quase R$ 18 bilhões em criptomoedas investidas na plataforma Africrypt, fundada pelos irmãos na África do Sul, desapareceram das contas dos titulares das carteiras de bitcoin.

Segundo denúncia apresentada à polícia por advogados de um grupo de investidores, centenas de usuários deixaram de ter acesso a suas contas nas mesmas semanas em que o bitcoin atingiu sua máxima histórica, em abril de 2021.

vanuatu - Getty Images - Getty Images
Vanuatu, no Pacífico, é um lugar tido como paradisíaco
Imagem: Getty Images

A moeda virtual mais famosa do mundo chegou a valer US$ 63.226 por unidade (cerca de R$ 320 mil).

Naquele mês, o diretor de operações da Africrypt, Ameer Cajee, o mais velho dos irmãos, informou aos clientes que a empresa havia sido vítima de um ciberataque e que por isso a plataforma havia suspendido as operações.

"Nosso sistema, as contas dos clientes, suas carteiras e nossos registros foram comprometidos", afirmou em um e-mail.

Ainda segundo o The Guardian, os irmãos não são os únicos investigados que encontraram em Vanuatu um porto seguro. Desde janeiro de 2020, 2 mil pessoas adquiriram a cidadania na ilha, que abriga uma população estimada em 300 mil habitantes.

Entre os compradores está o político Vinay Mishra, acusado de fugir da índia enquanto era investigado por roubo de minérios e de gado. Um empresário acusado de extorquir milhões do Vaticano também está na lista dos cidadãos da ilha remota.