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Ouro, prata e bronze: quanto vale 1g dos metais das medalhas olímpicas?

Medalhas de prata, ouro e bronze dos Jogos Olímpicos de 2020 - Atsushi Tomura/Getty Images
Medalhas de prata, ouro e bronze dos Jogos Olímpicos de 2020 Imagem: Atsushi Tomura/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

11/08/2021 04h00

Ouro, prata e bronze: os três metais ficaram em evidência no último mês, por causa das Olimpíadas de Tóquio-2020. Mas, fora dos Jogos, eles têm um papel importante na economia internacional.

Ouro e prata são commodities - ou seja, materiais em estado bruto considerados fundamentais para a atividade econômica no mundo todo. O bronze é uma liga metálica formada por cobre e estanho (que também são commodities).

Quais os valores de cada um?

Assim como no pódio olímpico, o ouro é de longe o mais valorizado entre os três. Segundo Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, o preço de apenas um grama do metal estava a aproximadamente R$ 288,64 na terça-feira (10).

A prata vale bem menos, R$ 3,89 por grama. O cobre, que compõe a maior parte do bronze, é mais desvalorizado ainda, custando R$ 0,72 por grama.

Ouro não ocupa lugar mais alto no pódio

Mas há um metal que custa ainda mais caro que o ouro: é o paládio, que na terça (10) estava cotado a cerca de R$ 441,73 por grama.

O paládio é usado para a fabricação de catalisadores que são colocados em veículos movidos a gasolina. O metal se valorizou depois que montadoras como a Volkswagen foram acusadas de adulterar motores a diesel na Europa. O escândalo acabou impulsionando a venda de veículos a gasolina, valorizando, por tabela, o paládio.

Medalhas de ouro são de ouro mesmo?

Nas Olimpíadas, as medalhas de ouro não são feitas só do metal: são 550 gramas de prata cobertos por 6 gramas de ouro. As de prata têm 550 gramas do próprio metal; e as de bronze, 450 gramas de bronze vermelho.

Em Tóquio-2020, as medalhas foram produzidas a partir de celulares antigos e outros aparelhos, como notebooks e câmeras digitais. Os equipamentos têm pequenas quantidades de ouro, prata e cobre, que foram extraídos em processos de reciclagem. Foram seis milhões de dispositivos reciclados, que resultaram em 30 kg de ouro, 4.000 kg de prata e 2.700 kg de bronze.

Atletas ganham mais que medalha

Os atletas brasileiros que subiram ao pódio também receberam uma premiação do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que varia entre R$ 100 mil e R$ 750 mil (nesse último caso, para esportes coletivos, em que o prêmio é dividido entre os atletas).

E, se investirem os valores, os atletas podem ganhar mais. Só o prêmio da medalha de ouro pode render R$ 51.534, apenas em juros, até 2024.

Dá para investir nos metais?

Ouro e prata também são opções de investimentos - e não só para os ricos. Segundo especialistas, investir nesses metais é uma maneira de proteger o patrimônio de incertezas.

Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, afirma que o investimento em metais tem um papel de reserva de valor, ou seja, é uma forma de proteger o investidor da inflação. Mas, segundo ele, o momento atual não é o ideal para esse tipo de investimento, já que os juros estão subindo no mundo todo.

Quando os juros estão baixos, o custo de oportunidade de investir nos metais é baixo. Contudo, o quadro muda quando os juros aumentam. Pensando em investimentos defensivos, acreditamos que a compra de dólar pode ser um caminho mais interessante.
Victor Beyruti

Rodrigo Knudsen, gestor da fintech Vitreo, diz que o ideal é que o investidor coloque pequenas parcelas de seu dinheiro em ouro e prata.

São investimentos com o objetivo de proteção. Não é uma coisa especulativa. É um investimento em um ativo que é seguro independentemente do cenário, e que, no longo prazo, vai ajudar a proteger a carteira.
Rodrigo Knudsen