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'Prévia da inflação' acelera a 0,89% e é a maior para agosto em 19 anos

Assim como no mês passado, IPCA-15 foi puxado pela alta da conta de luz em agosto - Getty Images
Assim como no mês passado, IPCA-15 foi puxado pela alta da conta de luz em agosto Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

25/08/2021 09h04Atualizada em 25/08/2021 09h30

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou a 0,89% em agosto, após ficar em 0,72% em julho. Essa foi a maior variação para um mês de agosto desde 2002, quando o índice foi de 1%.

Com isso, o índice acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% em 12 meses. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,23%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

Conta de luz puxa alta no mês

Assim como no mês passado, o IPCA-15 foi puxado pelo aumento na conta de luz em agosto. Com aumento de 5% no mês, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no resultado, sendo responsável por 0,23 p.p. (ponto percentual) no índice.

Reajustes tarifários em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Belém também explicam o resultado em agosto.

Nos meses de julho e agosto vigorou no país a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que, a partir de 1º de julho, teve aumento de 52% no valor adicional cobrado na conta de luz. O valor que era de R$ 6,243 a cada 100 kWh consumidos subiu para R$ 9,492.

Dessa forma, o grupo habitação ficou com a maior alta no mês: 1,97%, equivalente a 0,31 ponto percentual do índice geral. Além da energia elétrica, o grupo foi influenciado pelos aumentos nos preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%).

Combustíveis sobem 2%

A segunda maior contribuição para o IPCA-15 de agosto veio dos transportes, com aumento de 1,11% e um impacto de 0,23 p.p. sobre o índice.

Nesse grupo, os preços dos combustíveis (2,02%) aceleraram em relação a julho (0,38%). A principal contribuição (0,12 p.p.) veio da gasolina (2,05%), cuja alta acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%.

Também subiram os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.

As passagens aéreas, que haviam subido 35,64% em julho, registraram queda de 10,9% em agosto.

Tomate e frango aumentam; arroz e feijão caem

Os preços dos alimentos e bebidas tiveram alta de 1,02% no mês, com impacto de 0,21 p.p. sobre o índice. Contribuíram para essa aceleração os aumentos do tomate (16,06%), do frango em pedaços (4,48%), das frutas (2,07%) e do leite longa vida (2,07%).

Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-6,46%), do feijão-preto (-4,04%) do arroz (-2,39%) e do feijão-carioca (-1,52%).

Remédios e planos de saúde mais baratos

O único grupo a registrar deflação em agosto foi o de saúde e cuidados pessoais (-0,29%), que contribuiu com -0,04 p.p. no índice geral. Isso se deve, sobretudo, à queda nos preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e planos de saúde (-0,11%).

Metodologia

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de julho e 13 de agosto de 2021 (referência) e comparados aos vigentes de 15 de junho a 13 de julho de 2021 (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

A metodologia é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.