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Inteligência artificial se torna vantagem competitiva para agências

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Imagem: Reprodução

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/09/2021 17h46

A inteligência artificial (IA) chegou de vez ao mercado de comunicação. Mais de 60% das empresas b2b (business to business, empresas que fornecem produtos ou serviços para outras empresas) pretendem usar automação e IA, segundo dados apresentados por Angelina Eng, vice-presidente de métricas do IAB (Interactive Advertising Bureau) USA.

A executiva diz que 32% das agências de publicidade norte-americanas já criam campanhas de marketing usando sistemas de inteligência artificial.

Eng foi o destaque do segundo dia do IAB Next, evento do capítulo brasileiro do IAB que será realizado ao longo do mês de setembro, de forma online. "Todos os fornecedores e plataformas usam algum tipo de IA. Antigamente, ela era vista como concorrente. Agora, os profissionais já a enxergam como vantagem competitiva", disse.

Eng, entretanto, reforça que a utilização da automação no universo do marketing ainda precisa encarar uma curva de aprendizado.

"Soluções de IA precisam ser analisadas com inteligência também. Não dá para confiar em tudo indicado pela inteligência artificial. É um feedback que dá uma determinação, não é para aceitar 100% das sugestões", declarou.

"Precisamos também de maturidade: a qualidade destes dados é fundamental. O primeiro passo é entender quais são as necessidades, o que a empresa pretende alcançar. Mas acredito que, em breve, a inteligência artificial fará parte da estrutura de todas as empresas", disse.

Mas em que a IA pode ser diferente e resolver problemas do dia a dia? Para Angelina, a personalização é um aspecto importante.

"É difícil criar experiências para milhões de indivíduos de forma manual. O aprendizado de "machine learning" pode ajudar a Descobrir quais caminhos funcionam melhor no funil de vendas, com padrões para que os usuários naveguem por um fluxo", afirmou.

Dados se tornaram fundamentais para se "errar menos"

O segundo dia do IAB Next ainda contou com uma roda de debates com a participação de Fernando Teixeira, diretor de estratégia digital e soluções de martech para a América Latina da Adobe; Eduardo Perez, diretor de dados e performance de publicidade da Globo; Sonah Lee, diretora de marketing na LG Electronics do Brasil e Elias Rodrigues, diretor de experiência Cliente & Marca na Leroy Merlin.

Para o executivo da Leroy, saber analisar os dados é fundamental para "errar menos". "Quando você acha, você tem uma opinião, e ela não está baseada em dados, você tem uma chance grande de errar. Hoje, eles são fundamentais para que a gente tome as melhores decisões, afirmou.

"Essa análise nos faz entender quais são as peças criativas mais relevantes para os consumidores. Assim, conseguimos oferecer conteúdos mais relevante e mais benefícios. Quanto melhor direcionado esses benefícios forem, maior interesse das pessoas. É a grande maneira de entender a necessidade dos consumidores", declarou a diretora da LG.

"O bom uso de dados pode ajudar o consumidor. Isso naturalmente traz uma performance melhor, traz mais resultados, além de ajudar a melhorar a experiência do cliente dentro da jornada de compra. As vendas pelo Whatsapp, que tornam mais prática essa conversa, são ótimos exemplos", afirmou Elias.

O IAB Next ainda contou com uma apresentação de insights do "Digital Adspend", relatório produzido pelo IAB em parceria com a Kantar Ibope Media.

De acordo com o estudo, a publicidade digital alcançou o investimento total de R$ 23,7 bilhões em 2020, um crescimento de 48% em relação ao estudo anterior, com base no ano de 2018.

Outro destaque do Digital AdSpend aponta que 75% dos investimentos para a publicidade digital em 2020 foram direcionados a dispositivos mobile, sendo os 25% restantes destinados para desktop.

No primeiro semestre de 2021, ocorreu um cenário muito similar ao ano anterior, com diferença de 2% na divisão entre mobile (73%) e desktop (27%).