IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

'Prévia da inflação' acelera a 1,14% e é a maior para setembro desde 1994

Gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses - iStock
Gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

24/09/2021 09h14Atualizada em 24/09/2021 09h57

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou a 1,14% em setembro, após ficar em 0,89% em agosto. Essa foi a maior variação para um mês de setembro desde 1994 e a maior entre todos os meses do ano desde fevereiro de 2016, quando o índice foi de 1,42%.

Com isso, o índice acumula alta de 7,02% no ano e de 10,05% em 12 meses. Em setembro de 2020, a variação havia sido de 0,45%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

Combustíveis e energia elétrica puxam alta

Assim como mês passado, a energia elétrica teve o maior impacto individual do mês no IPCA-15, desta vez ao lado dos combustíveis. Cada um deles teve impacto de 0,17 ponto percentual no índice total.

A energia elétrica subiu 3,61%, variação inferior à de agosto (5%), e continua exercendo papel importante na inflação desde o mês passado, quando passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos.

Já a alta dos combustíveis foi de 3%, acima da registrada no mês anterior (2,02%). A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses. Os demais combustíveis também tiveram altas: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%).

A alta dos combustíveis fez com que o grupo Transportes tivesse o maior impacto (0,46 p.p.) e a maior variação (2,22%) entre os grupos pesquisados.

Dos nove grupos, apenas Educação teve variação negativa (0,01%). Segue a lista completa:

  • Transportes: 2,22%
  • Alimentação e Bebidas: 1,27%
  • Habitação: 1,55%
  • Artigos de residência: 1,23%
  • Vestuário: 0,54%
  • Despesas pessoais: 0,48%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,33%
  • Comunicação: 0,02%
  • Educação: - 0,01%

Carnes sobem 1,11%

A alimentação em domicílio teve a maior influência na variação do Grupo Alimentos e Bebidas, com aceleração de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro.

Entre os produtos, as carnes subiram 1,10% e contribuíram com 0,03 p.p. de impacto no índice geral. Houve altas também nos preços da batata-inglesa (10,41%), do café moído (7,80%), do frango em pedaços (4,70%), das frutas (2,81%) e do leite longa vida (2,01%).

Já o arroz teve queda no preço pelo oitavo mês consecutivo ( -1,03%) e a cebola pelo sexto mês (-7,51%).

A alimentação fora do domicílio, por sua vez, acelerou de 0,35% em agosto para 0,69% em setembro.

Metodologia

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de agosto a 14 de setembro de 2021 (referência) e comparados aos vigentes de 14 de julho a 13 de agosto de 2021 (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

A metodologia é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.