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Bolsonaro diz que era estatizante, mas apoia desejo de Guedes de privatizar

"Eu era estatizante. Era completamente. Era minha formação militar. Depois vi que não dá certo", diz Bolsonaro, sobre privatizações - Mateus Bonomi/AGIF - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
"Eu era estatizante. Era completamente. Era minha formação militar. Depois vi que não dá certo", diz Bolsonaro, sobre privatizações Imagem: Mateus Bonomi/AGIF - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

27/09/2021 23h29

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que passou por uma transformação ao longo da carreira política. Ele admite que, por sua formação militar, defendia a manutenção de estatais no governo federal, mas agora apoia a política de privatizações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Entretanto, citou a Casa da Moeda e a Caixa como instituições que não podem ser cedidas à iniciativa privada.

"Eu era estatizante. Era completamente. Era minha formação militar. Depois vi que não dá certo. Algumas coisas são essenciais. Casa da Moeda por exemplo. A Caixa Econômica tem que continuar com o governo. Como você faria pagamento do auxílio emergencial se todos bancos fossem privados? Algumas coisas você vai aprendendo e mudando, mas o ritmo das privatizações não é maior tendo em vista a burocracia", explicou Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan.

Bolsonaro lamentou que muitas privatizações tenham que passar pelo Congresso Nacional. "O Supremo decidiu que para privatizar algumas estatais tem que passar pelo Parlamento. Para algumas não adianta fazer planejamento maravilhoso porque não vai passar lá".

A fala do presidente acontece no mesmo dia em que Guedes deu uma declaração forte sobre privatizações, pois manifestou interesse em vender completamente a Petrobras e o Banco do Brasil. Mas assim como Bolsonaro, ele também indicou que esse plano é travado por questões políticas.

"Qual o plano para os próximos dez anos? Continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e isso sendo transformado em dividendos sociais. Eu chego aqui cheio de ideias, planos e sonhos. Agora é a política que comanda o processo todo. Ela pode travar, ela pode desacelerar, ela pode interromper", declarou o Ministro da Economia.