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Manifestantes criticam alta de preços: 'Tá caro? Culpa do Bolsonaro'

Marcela Lemos e Aliny Gama

Colaboração para o UOL, no Rio e em Maceió

02/10/2021 13h02Atualizada em 02/10/2021 14h19

A crise econômica virou alvo de protesto nos atos contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) realizados na manhã de hoje em pelo menos cinco capitais: Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Belém e Fortaleza. Manifestantes exibem cartazes nas capitais fluminense e cearense criticando o presidente pela alta de preços no gás de cozinha, combustíveis, energia elétrica e alimentos.

"A conta de luz tá cara? Culpa do Bolsonaro", mostra um balão inflável em forma de lâmpada, no Rio. Um botijão de gás inflável, da Federação Única dos Petroleiros, critica o preço do gás de cozinha.

Protesto contra preço do gás em ato contra Bolsonaro no Rio - Marcela Lemos/UOL - Marcela Lemos/UOL
2.out.2021 - Botijão de gás gigante inflável é utilizado em manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro no Rio
Imagem: Marcela Lemos/UOL

Além de faixas e cartazes, músicas são entoadas pelos manifestantes engrossam o coro do "Fora Bolsonaro", no Centro do Rio. "Tá tudo caro / Povo na rua e fora Bolsonaro", diz uma das músicas.

Técnico de manutenção da Petrobras, Paulo Cardoso, 49, compareceu ao ato na Candelária, no centro do Rio. Ele culpa diretamente o governo pela alta no preço do gás. "O governo usa a Petrobras contra o povo. Sem dúvida seria possível reduzir os lucros da empresa e beneficiar a sociedade, mas o presidente prefere usar a empresa para onerar o brasileiro", opinou.

Protesto contra preço do gás em ato contra Bolsonaro em Fortaleza - Divulgação - Divulgação
2.out.2021 - Manifestante exibe cartaz em que reclama do preço do gás em ato em Fortaleza
Imagem: Divulgação

Na capital cearense, manifestantes também questionam a alta do preço do gás de cozinha, da energia elétrica e de alimentos, além de cobram o impeachment do presidente.

"Ninguém aguenta mais esse governo genocida, que brinca com a vida do povo e mata com o vírus, com a fome e a com a violência!", disse o MST (Movimento Sem Terra), em publicação no Twitter.

A manifestação começou na praça da Bandeira, na manhã de hoje, e segue pela área central da capital. Bandeiras do Brasil e de movimentos sociais estão sendo usadas na manifestação.

No município de Viçosa do Ceará (CE), a 380 km da capital, manifestantes que se concentraram no STTR (Sindicato dos Trabalhadores Rurais) pediram a saída de Bolsonaro e criticaram a fome no país.

Luz mais cara

A crise hídrica levou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a anunciar, no fim de agosto, a criação de uma nova bandeira para a conta de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa tem o valor de R$ 14,20 por 100 kWh, e passou a ser cobrada dos consumidores desde 1º de setembro.

O novo valor, que ficará em vigor até 30 de abril de 2022, representa um aumento de 49,6% (ou R$ 4,71) em relação à atual bandeira vermelha patamar 2 (de R$ 9,49 por 100 kWh), que estava sendo aplicada à conta de luz até então. No final de junho, o valor da bandeira vermelha patamar 2 já havia subido 52%.

Inflação não é por 'maldade', disse Bolsonaro

Jair Bolsonaro afirmou na última segunda-feira (27) que os problemas econômicos enfrentados durante sua gestão, sobretudo a inflação no preço dos combustíveis, são uma realidade mundial e não acontece por "maldade", mas enfatizou que "nada está tão ruim que não possa piorar". A declaração foi feita durante um discurso para comemorar os mil dias do governo brasileiro.

Ao se referir sobre os atuais valores de venda da gasolina, ele disse que ainda há "muitos obstáculos". "São intransponíveis? Não, mas depende do entendimento de cada um. Alguém acha que eu não queria a gasolina a R $ 4 ou menos? O dólar a R $ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade. E tem um ditado que diz: 'Nada está tão ruim que não pode piorar'. Não queremos isso porque temos o coração aberto", declarou Bolsonaro.