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Sistema de pagamento instantâneo do Banco Central é alternativa a DOC, TED e cartões


Há mais crimes com Pix porque economia está reabrindo, diz presidente do BC

7.abr.2020 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Adriano Machado/Reuters
7.abr.2020 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

15/10/2021 14h39Atualizada em 15/10/2021 20h50

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou que o Pix esteja contribuindo para um aumento de crimes que visam extorsão e roubo, como sequestro-relâmpago, e defendeu a segurança do sistema.

"Se todo mundo pagar com Pix, você vai ter menos ATMs (caixas eletrônicos), e o bandido só vai conseguir pegar o dinheiro se ele conseguir botar a mão no dinheiro em espécie", disse Campos Neto em entrevista a Patrícia Abravavel, no programa "Vem Pra Cá", do SBT.

"O dinheiro eletrônico é mais seguro. Estamos no caminho de criar mais segurança, e não inseguranças", defendeu o presidente do BC. No Pix, segundo ele, é possível "rastrear mais rápido quando rola algum tipo de incidente".

Para Campos Neto, a ação de grupos criminosos por meio do uso do Pix é algo que tem mais relação com a reabertura econômica, com bares e restaurantes voltando a funcionar em um nível mais próximo da normalidade, do que com o mecanismo em si.

"à medida que a economia começa a abrir, as pessoas começam a sair de novo — e as pessoas, agora, estão usando Pix", argumentou o presidente do Banco Central, que destacou que qualquer meio de pagamento é vulnerável a ações de grupos criminosos.

Desde a semana passada, transferências por pessoas físicas via Pix estão com limitação de R$ 1 mil na faixa da noite, entre 20h e 6h. A medida foi aprovada pela instituição financeira com o intuito de coibir casos de sequestros e roubos noturnos.

No fim de setembro, o Banco Central também passou a permitir que bancos bloqueiem recursos de clientes por até 72 horas caso aconteçam suspeitas de fraude em transações via Pix.

No mês passado, a Justiça de São Paulo começou a aplicar as primeiras condenações de membros das chamadas "quadrilhas do Pix", que atuam praticando sequestros e roubos de telefones celulares.

Atualmente, o Banco Central está concentrado em combater contas laranjas, abertas por criminosos em nome de outras pessoas para, assim, realizar transferências fraudulentas.

As ações contra contas laranjas foram destacadas por Campos Neto na entrevista, que também falou sobre os limites que podem ser impostos por usuários do Pix.

"Agora, por exemplo, você pode bloquear o limite do seu Pix e botar um limite para noite e um limite para dia, diferentes. Você também pode pré-cadastrar pessoas [para receberem transferências] e cancelar (leia-se: bloquear) todo o resto", pontuou.