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Associação Comercial de SP critica alta da Selic: 'Desastre para economia'

A Selic passará a ser 7,75% ao ano - Getty Images/iStockphoto
A Selic passará a ser 7,75% ao ano Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL

28/10/2021 13h58

Alfredo Cotait Neto, presidente da Associação Comercial de São Paulo, disse que o aumento da Selic, que foi de 6,25% para 7,75% ao ano, "é um desastre". Na análise dele, a subida da taxa básica de juros acaba com as perspectivas de crescimento econômico.

"Com o aumento da taxa Selic, os investidores com dinheiro no mercado devem ganhar mais, mas para a economia é um desastre", falou em entrevista à CNN Brasil. "No início do ano, com taxas a 2%, tínhamos uma expectativa de crescimento econômico, mas as taxas subindo são cruciais para diminuir essa tendência", afirmou.

Entre os negócios mais afetados pela alta da Selic, segundo a previsão do representante da associação, estão os de pequeno porte, o comércio de forma geral e o setor de serviços, já que todos estão em um momento de se reerguer após os efeitos econômicos da pandemia da covid-19. "A taxa pega as empresas em um momento muito difícil", disse Cotait Neto.

O presidente da associação de São Paulo ainda afirmou que a tendência dos desempregados nos últimos anos, não só os afetados pela crise sanitária do coronavírus, é se tornar autônomo ou microempreendedor.

É o crédito que vai alavancar essas pessoas que estão voltando ao mercado. Esse aumento de taxa de juros vai reduzir ainda mais a oferta de crédito. Vai ser mais difícil ele (microempreendedor) se viabilizar na economia [...] E a grande parcela de quem está se tornando microempreendedor individual são mulheres".

Cotait Neto falou que "isso tudo" poderia ter sido resolvido com uma reforma administrativa. "Não adianta ajudar o necessitado agora e desorganizar a parte produtiva", afirmou. Além disso, ele disse ser necessário planos como auxílio emergencial e o Auxílio Brasil, nova versão do Bolsa Família.

"Ninguém é contra isso. O que nós somos contra é que o governo quer jogar nas costas do mercado e da classe empreendedora para pagar a conta, e o Estado não faz a sua parte", criticou.