Sem provas, Bolsonaro diz que chips do Inmetro em postos eram fraudáveis
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, durante a sua live de hoje, que demitiu toda a diretoria do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) após o órgão tentar colocar chips em bombas de combustível para evitar fraudes. Segundo o mandatário, no entanto, o governo teria descoberto a tempo que o serviço era fraudável. Bolsonaro não apresentou provas de sua acusação. As demissões ocorreram em fevereiro de 2020.
"Eles já haviam terminado os testes, mas, antes de botar, descobrimos que [o chip] era fraudável. O que eu fiz? Demitimos toda a diretoria do Inmetro", afirmou o presidente, durante a transmissão de sua live semanal, realizada nas redes sociais. "Quando aconteceu, não faltou uns urubus querendo indicar seus nomes pra lá. Botei um coronel, levei porrada. O coronel não deixou [colocar chip nas bombas]. No mínimo uns R$ 4 bilhões iam arrancar de vocês. Agora o que eu sofro com isso? Pancada de todo lugar", acrescentou, em seguida.
No ano passado, quando implodiu a diretoria do Inmetro, Bolsonaro justificou a medida devido a exigência do órgão para a troca de tacógrafos —dispositivo que registra a quantidade de quilômetros percorridos e a velocidade com que o caminhão se desloca— e taxímetros —aparelho que registra o preço a ser pago pelo percurso em táxi. Os chips nas bombas, no entanto, foram anunciados pelo governo somente este ano.
O Inmetro tentou implantar por meio de um dispositivo a certificação digital das bombas medidoras de combustíveis, conforme descrição no site do próprio governo. A ação seria para evitar fraudes eletrônicas que adulteram o volume do combustível e trazer maior segurança ao consumidor na hora de abastecer o veículo.
O chip permitiria que a pessoa recebesse, "em um aplicativo de celular, a leitura real da quantidade de combustível que passa pela bomba, ou seja, o consumidor terá a certeza que está levando a quantidade do produto que de fato pagou".
O Inmetro é considerado uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia. Dentre suas atribuições estão a executar políticas nacionais de metrologia; fiscalizar a observância de normas técnicas e legais, no que se refere a métodos e instrumentos de medição; manter os padrões das unidades de medida no país, visando a qualidade de bens e serviços.
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