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Sakamoto: Indiretamente, presidente do BC culpou Bolsonaro por inflação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/01/2022 19h01

Em participação no UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto disse que o presidente do BC (Banco Central) culpou, de forma indireta, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela inflação de 10,06% acumulada em 2021 na justificativa enviada hoje ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao CMN (Conselho Monetário Nacional).

O BC culpou a pandemia — e, especificamente, os impactos que ela causou nos preços das matérias-primas (commodities) — e a crise hídrica pelo índice da inflação ficar bem acima da meta estabelecida pelo órgão para o ano, de 3,75%. Para Sakamoto, o negacionismo do governo federal sobre as mudanças climáticas impactou mais no número do que a falta de água.

"O governo Bolsonaro é 10: 10% de inflação. Chegamos aos dois dígitos. Parabéns, presidente da República", ironizou o jornalista. "[Roberto Campos Neto, presidente do BC] falou que uma das responsabilidades foi a crise energética. Indiretamente, portanto, ele culpou o próprio governo Jair Bolsonaro pela inflação", completou.

De acordo com Sakamoto, a crise elétrica no país não aconteceu de forma pontual decorrente de um fenômeno climático imprevisível. "O governo Bolsonaro está cheio de negacionistas climáticos, além dos da vacina, que evitam assumir que o clima realmente mudou — não só o do planeta, como do país. E, por conta disso, temos uma situação hídrica diferente", explicou.

Para o colunista, a falta de ação do governo Bolsonaro em implantar medidas para poupar o consumo nas hidrelétricas, adiando o uso das termelétricas, foi o que causou o aumento da conta de luz dos brasileiros.

"De certa forma, o negacionismo do governo Bolsonaro ajudou a essa inflação a chegar nesse tamanho", afirmou Sakamoto.