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Mercadão de SP interdita três boxes após denúncias sobre 'golpe da fruta'

Do UOL, em São Paulo

16/02/2022 11h01Atualizada em 16/02/2022 17h22

Três boxes de comércio de frutas no Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, foram interditados na tarde de terça-feira (15) após consumidores denunciarem uma suposta irregularidade praticada pelos vendedores - o chamado golpe da fruta. Os comerciantes são acusados de oferecer degustação grátis de frutas sem revelar o preço do quilo e de superfaturar o valor. Depois, quando o cliente aceita comprar o produto, é informado o preço total, de R$ 100 a R$ 1.200.

Quem se recusa a pagar seria ofendido com gritos e xingamentos. Muitos ficam constrangidos e acabam comprando, dizem os clientes. A interdição foi divulgada pela administração do Mercadão. Segundo a concessionária, os boxes ficarão interditados até demonstrarem que corrigiram os problemas denunciados. A abertura só poderá ser realizada após análise.

Como é feita a abordagem

Segundo os relatos, os funcionários abordam os visitantes já na entrada do Mercadão e oferecem frutas de graça para que eles experimentem. Na sequência, montam bandejas com os produtos experimentados e cobram valores muito altos. Também não informam os valores por quilo, e sim em gramas, o que confunde os compradores. Além disso, os vendedores também colocariam mais quantidade do que a combinada, para elevar a conta final.

Os usuários que se recusam a comprar dizem que são pressionados ou xingados pelos vendedores. O comportamento se repete também com quem não aceita a degustação gratuita.

Uma cliente alega ter gasto R$ 1.000 no local. "Eles [os vendedores] manipulam do início ao fim", disse em uma rede social.

Em um dos casos, uma pessoa afirma que um comerciante ofereceu uma "fruta japonesa", combinação de laranja, tangerina e limão siciliano. Ela conta que provou o sabor e pediu para o vendedor embalar três frutas em uma bandeja, que custou R$ 350. Mesmo a contragosto, pagou o valor e conta que depois reparou ter comprado três laranjas comuns. "Me senti duplamente trouxa", disse.

Em nota ao UOL enviada no final de semana, a concessionária Mercado SP informava que estava tomando as providências em relação às denúncias. A concessionária colocou à disposição o e-mail sac@mercadospspe.com.br para apurar eventuais abusos.

* Com informações da reportagem de Henrique Santiago, do UOL, em São Paulo