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Bombig: Fala de Bolsonaro sobre Petrobras fica entre 'desabafo e pressão'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/03/2022 19h29Atualizada em 15/03/2022 19h30

Para Alberto Bombig, colunista do UOL, o presidente Jair Bolsonaro (PL) está se sentindo cada vez mais pressionado pelo aumento no preço dos combustíveis, e a fala dita mais cedo sobre a Petrobras foi uma forma cobrar ações por parte da empresa.

"O que o presidente fez hoje fica no meio-termo entre desabafo e pressão", disse Bombig ao UOL News, programa do Canal UOL. "A inflação já é um problema, e ela um dos maiores destruidores de candidaturas", acrescentou.

Na tarde de hoje, em discurso, Bolsonaro disse esperar que a Petrobras também "acompanhe o preço internacional" do petróleo quando os valores do barril estiverem em queda. "E, com toda certeza, ela fará isso aí", declarou.

Desde ontem, os preços do barril de petróleo têm registrado queda, após sinalizações de avanços nas negociações entre Ucrânia e Rússia, envolvidas em conflito militar, além da perspectiva de desaceleração da economia da China devido ao novo coronavírus.

No discurso proferido hoje, Bolsonaro disse lamentar que a Petrobras "não tenha esperado um dia a mais" para anunciar aumentos nos preços dos combustíveis vendidos nas distribuidoras, ação esta feita pela empresa na última quinta-feira (10).

Para ele, se a Petrobras tivesse adiado o anúncio, o aumento no preço do diesel teria sido de apenas R$ 0,30 por litro, e não de R$ 0,90. "Espero que a nossa querida Petrobras, que teve muita sensibilidade ao não nos dar um dia, retorne aos níveis (de preços) da semana passada", cobrou.

Na avaliação de Bombig, Bolsonaro está sendo pressionado não só pela própria perspectiva buscar se reeleger em outubro, mas também por políticos do centrão e aliados nos estados, que contam com um cenário econômico favorável para também conseguirem ir bem nas eleições.

"Cada dia que passa essa situação (guerra da Rússia na Ucrânia) não se resolve, e não há sinalização da Petrobras sobre o que vai ser feito [para conter a alta no preço dos combustíveis] — muito pelo contrário", afirmou.