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Rainha da soja e mãe de político: quem é e onde vive a mais rica do Brasil

Lucia Maggi, fundadora da Amaggi - Reprodução/Amaggi
Lucia Maggi, fundadora da Amaggi Imagem: Reprodução/Amaggi

Rosália Vasconcelos

Colaboração para o UOL

14/04/2022 04h00

No topo da lista das oito mulheres mais ricas do Brasil, segundo ranking da revista Forbes, está a empresária do agronegócio Lúcia Borges Maggi, de 89 anos, cujo patrimônio líquido gira em torno dos US$ 7,4 bilhões (cerca de R$ 34,6 bilhões).

Natural do Rio Grande do Sul, Lúcia era casada com o também empresário André Maggi. Os dois fundaram juntos, em São Miguel do Iguaçu (PR), em 1977, uma empresa inicialmente chamada de Sementes Maggi, especializada no plantio e comércio de soja.

7) Maggi - A família Maggi, que atua no ramo de produção de soja, possui uma fortuna estimada em US$ 4,9 bilhões. Quatro parentes da família são bilionários. Na imagem acima, a matriarca Lucia Borges Maggi (uma das bilionárias da família) aparece sentada rodeada pelos filhos (da esq. para a dir.) Fátima, Rosangela, Marli e Blairo (também bilionários) e Vera. Além de bilionário, Blairo Maggi também é senador por Mato Grosso. Itamar Locks, marido de Verra Maggi, é CEO do grupo Maggi e o outro bilionário da família - Reprodução - Reprodução
A família Maggi, que atua no ramo de produção de soja
Imagem: Reprodução

Ao longo dos anos, a empresa investiu também em outras commodities e se transformou no Grupo André Maggi, que ficou conhecido posteriormente como Grupo Amaggi, vindo a se tornar uma das maiores empresas produtoras de soja do Brasil.

Em 2001, o seu marido André morreu e Lúcia assumiu como acionista majoritária da empresa. Hoje, ela atua como membro consultivo do conselho de administração da Amaggi.

Além de aparecer liderando as oito maiores bilionárias brasileiras, Lúcia ocupa ainda a 350ª posição entre as pessoas mais ricas do mundo, de acordo com o ranking da Forbes.

Expansão no agronegócio

Em 1979, dois anos após a fundação da empresa de soja, o casal mudou a sede para Rondonópolis, em Mato Grosso, estado-símbolo do cultivo do grão.

A partir daí, o grupo expandiu seus negócios, saindo do simples plantio para o processamento de grãos, venda de fertilizantes, passando por geração de energia elétrica, e operações logísticas e portuárias.

O sucesso colossal no Brasil levou os acionistas a apostarem na internacionalização dos negócios, chegando a expandir as operações por diversos países da América Latina e da Europa, além da China.

O Grupo Amaggi tornou-se uma holding que controla quatro divisões de empresas ligadas ao agronegócio.

Atualmente, a sede da empresa está localizada na capital Cuiabá e possui uma aroeira de dez metros de altura plantada na entrada da sede. Lúcia Maggi, contudo, permanece morando em Rondonópolis.

Do agronegócio para a política

O sobrenome Maggi ganhou destaque também na política nacional, quando o único filho homem de Lucia, Blairo Maggi, decidiu ingressar na política. Na época, Blairo já era um dos acionistas da empresa.

O presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, participam da abertura da colheita do algodão, em Lucas do Rio Verde (MT) - Alan Santos/PR - Alan Santos/PR
O ex-presidente Michel Temer (à esq.) e o ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (à dir.) em evento de abertura da colheita do algodão, em Lucas do Rio Verde (MT)
Imagem: Alan Santos/PR

Ele foi governador do Mato Grosso por dois mandatos (2003 e 2007), além de ser senador e ministro da Agricultura do governo Michel Temer, após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Em 2013, Blairo chegou a assumir a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado, enfrentando forte resistência de movimentos ambientalistas.

De acordo com a própria Forbes, Blairo já foi considerado uma das pessoas mais influentes do mundo, ganhando inclusive o apelido de "rei da soja".