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Em carta a Guedes, Rússia pede apoio do Brasil no G20 e no FMI, diz jornal

Colaboração para o UOL, em Brasília

14/04/2022 07h44

Em carta enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, pediu apoio do Brasil no FMI, no Banco Mundial e no G20 (Grupo dos 20), diante das sanções do Ocidente por causa da invasão à Ucrânia. No documento, a Rússia reclama das sanções e diz estar em "período desafiador de turbulência econômica e financeira". A informação é do jornal O Globo.

"Pedimos o seu apoio para evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais. Supomos que agora, mais do que nunca, é crucial preservar um clima de trabalho construtivo e a capacidade de promover o diálogo no FMI, no Banco Mundial e no G20", diz a carta, em inglês.

De acordo com a reportagem de o Globo, o governo russo diz na carta que metade das reservas internacionais da Rússia foram congeladas. "Transações de comércio exterior estão bloqueadas, incluindo aquelas com nossos parceiros de economias de mercados emergentes. Há dificuldades em cumprir as obrigações da dívida soberana apenas devido à falta de acesso às nossas contas em moeda estrangeira."

O G20, também chamado de G20 Financeiro, é formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.

O UOL tenta contato com os ministérios da Economia e das Relações Exteriores. Em caso de eventual posicionamento, esta reportagem será atualizada.

Impasse antes de reunião do G20

O envio da carta a Guedes ocorre depois de o G7, grupo composto pelas maiores economias do mundo (EUA, Alemanha, França, Canadá, Reino Unido, Itália e Japão), sinalizar que irá boicotar a reunião de ministros de Economia e presidentes de bancos centrais do G20, a ser realizada nos EUA, na próxima semana, se a Rússia estiver presente.

A Rússia insiste que tem direito de participar do evento no mesmo momento em que os EUA reiteram o objetivo de fazer o governo de Vladimir Putin pagar um preço econômico e diplomático severo pela invasão do país do leste europeu.

O Reino Unido disse que seguirá trabalhando com seus parceiros em todo o sistema multilateral para condenar "as terríveis ações da Rússia" e para isolá-la no cenário internacional. A União Europeia apoia mais sanções contra a Rússia e insiste no impacto que a guerra tem tido nos mercados.

Guedes deve participar da reunião, de 17 a 23 de abril. O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Roberto Fendt Júnior, também tem agenda nos EUA nos mesmos dias.