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Indicado antes de Coelho diz que Bolsonaro confunde Petrobras com o governo

Adriano Pires, em foto de 2016 - Pedro França/Agência Senado
Adriano Pires, em foto de 2016 Imagem: Pedro França/Agência Senado

Colaboração para o UOL

06/05/2022 18h10Atualizada em 06/05/2022 18h27

Indicado em março pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para assumir a presidência da Petrobras, Adriano Pires publicou um texto em sua conta no LinkedIn, hoje, em que rebate as declarações do mandatário sobre a estatal.

Ontem, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro pediu à Petrobras para que reduza sua margem de lucro, que considerou "absurdo" e "um estupro", e fez um apelo veemente para que não haja novos aumentos nos preços, sob o risco de o Brasil quebrar.

"O presidente Bolsonaro ontem diante dos resultados apresentados pela Petrobras fez durante sua live críticas muito fortes e mais uma vez confundindo o papel da Petrobras com o do governo. [...] Para atenuar o bolso dos consumidores a saída não é reclamar nem tão pouco pedir para que a Petrobras não aumente os preços. A saída são políticas de governo reduzindo impostos e criando fundo que não permita que o consumidor pague pelo efeito guerra", diz o consultor.

Pires é dono da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), que presta serviços a várias empresas do setor de óleo e gás há mais de 20 anos.

Adriano Pires continua, afirmando que a solução passa por decisões corretas que o governo deve tomar. Porém, pondera que a Petrobras precisa ter posição mais ativo em ajudar o governo a encontrar soluções.

"O fato é que estamos caminhando para uma situação complicada caso o petróleo continue subindo e/ou o real desvalorize em relação ao dólar. A resposta deveria ser a criação do fundo por 6 meses para acabar com essa irritação do presidente com a Petrobras e a solução definitiva será a privatização da Petrobras trazendo mais concorrência no mercado de petróleo no Brasil", conclui.

Lucro da Petrobras dispara a R$44,56 bi no 1º tri

A Petrobras reportou lucro líquido de R$ 44,56 bilhões referente ao primeiro trimestre, uma disparada ante o valor de R$ 1,167 bilhão obtido um ano antes, conforme balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira (5).

O resultado superou as projeções de analistas consultados em pesquisa da Refinitiv, que indicavam R$ 43,48 bilhões. A alta do preço do barril do petróleo, devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia, impulsionou os números da empresa.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 77,71 bilhões, contra estimativa de R$ 76,3 bilhões. Nos três primeiros meses do ano passado, o montante ficou em R$ 48,9 bilhões.