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IPCA: inflação desacelera em maio e fica em 11,73% nos últimos 12 meses

Índice ficou em 0,47% em maio; é a primeira vez que a variação mensal fica abaixo de 1% desde janeiro deste ano - Getty Images
Índice ficou em 0,47% em maio; é a primeira vez que a variação mensal fica abaixo de 1% desde janeiro deste ano Imagem: Getty Images

Do UOL*, em São Paulo

09/06/2022 09h03Atualizada em 09/06/2022 11h09

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, fechou maio em 0,47%, segundo informou nesta quinta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice ficou em 1,06%.

Em maio do ano passado, a variação havia sido de 0,83%. Em 2022, o IPCA acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, de 11,73%.

Esta a menor variação mensal desde abril de 2021, quando o índice ficou em 0,31%. É também a primeira vez que o índice fica abaixo de 1% desde janeiro deste ano.

O maior impacto foi do grupo Transportes, que desacelerou em relação ao mês anterior. Apesar de passagens aéreas terem subido 18,33%, a maior alta individual do mês, os combustíveis frearam após subidas expressivas — especialmente a gasolina, que passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio. O único grupo a apresentar queda foi Habitação (-1,7%).

O resultado veio abaixo das expectativas do mercado. Analistas ouvidos pela agência de notícias Estadão Conteúdo previam que o índice ficasse em cerca de 0,6% no mês.

Mesmo assim, os números continuam acima da meta do Banco Central para a inflação neste ano, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.

Veja abaixo a inflação dividida por grupo, segundo o IBGE:

  • Vestuário: 2,11%
  • Transportes: 1,34%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,01%
  • Comunicação: 0,72%
  • Artigos de residência: 0,66%
  • Despesas pessoais: 0,52%
  • Alimentação e bebidas: 0,48%
  • Educação: 0,06%
  • Habitação: -1,7%

Roupas e passagens sobem

O resultado do grupo Vestuário foi influenciado principalmente pela alta nos preços das roupas masculinas (2,65%), das roupas femininas (2,18%) e das roupas infantis (2,14%). Os calçados e acessórios (2,06%) também registraram aumento de mais de 2% em maio. A exceção foram as joias e bijuterias, cujos preços recuaram 0,34%.

Em Transportes, a maior contribuição veio das passagens aéreas (18,33%), que já haviam subido em abril (9,48%). Foi o maior impacto individual sobre o IPCA geral de maio, juntamente com os produtos farmacêuticos (2,51%), que fazem parte do grupo Saúde e cuidados pessoais.

Ainda em Transportes, o IBGE destaca o reajuste de 12,5% no preço das passagens em Aracaju, além do aumento de 41,51% nas tarifas de táxi em São Paulo e de 14,1% em Fortaleza. Houve ainda reajustes nos ônibus intermunicipais (1,19%) em três capitais:

  • Belo Horizonte: alta de até 17% nas passagens desde 16 de maio;
  • Aracaju: alta de até 12,5% desde 15 de maio;
  • Porto Alegre: alta de 7,33% desde 14 de abril.

Sobre o IPCA

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 31 de março e 29 de abril de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 26 de fevereiro a 30 de março de 2022 (base).