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Petrobras anuncia redução de 7% na gasolina na refinaria, R$ 0,25 por litro

Gasolina; posto de gasolina; combustível; preço dos combustíveis; Petrobras - Jeff Pachoud/AFP
Gasolina; posto de gasolina; combustível; preço dos combustíveis; Petrobras Imagem: Jeff Pachoud/AFP

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

01/09/2022 10h01

A Petrobras anunciou hoje uma queda de 7% no preço da gasolina em suas distribuidoras. De acordo com a estatal, o preço cairá de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro, redução de R$ 0,25 por litro. O novo valor vale a partir de amanhã e não afeta os demais combustíveis.

A parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,57, em média, para R$ 2,39 a cada litro vendido na bomba, ao considerar a mistura de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro. Além desta parcela, há outros fatores que influenciam no preço final. Por isso, a redução nas refinarias não precisa necessariamente chegar às bombas, ou chegar na mesma proporção. Distribuidoras e postos são livres para definir preços.

Segundo a Petrobras, a medida acompanha a "evolução dos preços de referência" no mercado internacional e "é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", afirmou em nota a estatal.

Bolsonaro sinalizou redução antes do anúncio

Em entrevista ao SBT ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou que a Petrobras reduziria o preço, antes mesmo do anúncio da companhia.

"Toda semana temos uma boa notícia. Hoje é quarta-feira — eu acho que até sexta-feira vai ter uma boa notícia. Porque tá sendo uma prática do novo presidente da Petrobras", disse.

Hoje, o chefe do Executivo reforçou o anúncio por meio de suas redes sociais.

Quarta redução desde julho

Essa foi a quarta vez consecutiva que a estatal diminuiu o preço da gasolina vendida às distribuidoras.

A primeira foi em 19 de julho, quando a Petrobras informou que o valor do combustível seria reduzido em R$ 0,20 por litro, de R$ 4,06 para R$ 3,86. Depois, no fim de julho, houve redução de R$ 0,15 por litro no preço da gasolina para as distribuidoras, em que o preço médio de venda do combustível da estatal passou de R$ 3,86 para R$ 3,71 por litro. Em 15 de agosto, houve outro corte, de 4,8%, no preço da gasolina nas refinarias.

A disputa pelo valor dos combustíveis levou à troca do comando da estatal. Indicado por Bolsonaro, Caio Paes de Andrade é o atual presidente da empresa, o quarto no cargo durante o atual governo. O nome foi aprovado pelo conselho da companhia em junho.

Dividendos de R$ 43,9 bilhões a acionistas: primeira parcela foi paga ontem

A Petrobras aprovou em julho o pagamento recorde de R$ 87,8 bilhões a acionistas. O repasse foi dividido em duas parcelas, com montantes iguais nos meses de agosto e setembro.

Desse total, o governo federal receberá R$ 32 bilhões, segundo a estatal. O valor soma-se a outros R$ 32 bilhões já repassados à União em 2022, e deve ser usado para ajudar a bancar o pacote de auxílios capitaneado como estratégia eleitoral de Bolsonaro.

A primeira parcela foi paga ontem. A segunda, será em 20 de setembro. O valor representa R$ 6,73 por ação preferencial e ordinária. A empresa foi alvo de constantes críticas de Bolsonaro, que diz ver com maus olhos a alta no preço dos combustíveis, anunciada depois de a estatal declarar lucro recorde no primeiro trimestre deste ano.

O mandatário evita citar que o governo federal recebeu R$ 18 bilhões em dividendos da estatal, referentes àquele período. De 2019 a 2021, o governo havia arrecadado outros R$ 34 bilhões em dividendos. Ao UOL, o Ministério da Economia informou que o montante é usado para o abate da dívida pública, avaliada atualmente em R$ 5,5 trilhões.

Relatório do Bradesco, publicado em maio deste ano, mostra que de 2011 a 2021 o governo federal recebeu 15 vezes mais do que acionistas minoritários da Petrobras por meio de impostos e dividendos pagos pela estatal. Segundo os analistas Gustavo Sadka e Vicente Falanga, que assinam o estudo, em 10 anos, a União recebeu R$ 1,4 trilhão. O relatório não especifica quanto desse valor é proveniente de dividendos e quanto são impostos. No mesmo período, os sócios minoritários ganharam R$ 94 bilhões.