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Kimberly Clark amplia fábrica na Venezuela para aliviar escassez

17/06/2013 22h55

CARACAS, 17 Jun (Reuters) - A empresa norte-americana Kimberly Clark planeja investir 234 milhões de dólares na ampliação de sua fábrica na região central da Venezuela, afirmou a agência estatal de notícias, o que contribuirá para aliviar a escassez de bens essenciais que atinge o país, especialmente de papel higiênico.

O desabastecimento de alimentos, remédios e outros produtos aumentou para níveis históricos neste ano em meio a uma inflação galopante, enquanto filas enormes de consumidores são frequentes nas portas dos supermercados.

O governo de Nicolás Maduro culpa a indústria privada pela escassez, enquanto empresários e importadores se queixam das dificuldades para ter acesso a dólares para comprar matéria-prima e produtos manufaturados no exterior, em meio a um forte controle cambial de 10 anos.

"Quando surgiu a situação do desabastecimento, o setor produtivo, junto ao governo, elaborou uma estratégia para reduzir ainda mais essa lacuna. Agora sim, está bom", disse o ministro do Comércio, Alejandro Fleming, após uma reunião com a empresa norte-americana, segundo a Agência Venezuelana de Notícias (AVN).

Embora a produção local normalmente seja suficiente para atender à demanda de papel higiênico, o Estado teve que fazer importações de emergência nas últimas semanas para reabastecer as prateleiras devido ao recrudescimento da falta do produto.

Fleming disse que a ação gerou um "excedente" que busca impedir que se volte a ter um desabastecimento, mas especialistas advertiram que se o fluxo de dólares não melhorar em um país que importa a maior parte do que consome, os ciclos de escassez continuarão se formando.

A Kimberly Clack, que há duas décadas fabrica produtos de higiene pessoal na Venezuela, tem uma participação de mercado de cerca de 15 por cento da venda de papel higiênico e também produz fraldas descartáveis e absorventes higiênicos no país.

O Estado, por sua vez, controla desde empresas de papel até indústrias de alimentos processados e redes comerciais após uma extensa onda de nacionalizações realizadas pelo governo do falecido Hugo Chávez que deixou uma longa lista de arbitragens internacionais pendentes.

Segundo o gerente-geral da subsidiária venezuelana da empresa, David Cohen, o investimento será feito em um período de entre seis e 24 meses para ampliar a capacidade da fábrica entre 30 e 40 por cento, acrescentou a AVN.

A empresa não estava imediatamente disponível para comentar a informação.

(Reportagem de Marianna Párraga)