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Gafisa tem prejuízo no 2o tri de R$14 mi , em meio a cancelamento de contratos

09/08/2013 21h52

RIO DE JANEIRO, 9 Ago (Reuters) - A incorporadora Gafisa registrou prejuízo no segundo trimestre, ainda em meio a cancelamento de contratos e queda anual nas vendas, mas melhorou seu desempenho em relação aos três primeiros meses do ano.

O grupo teve prejuízo de 14,144 milhões de reais de abril a junho, ante lucro de 1,05 milhão de reais um ano antes. No primeiro trimestre deste ano, o prejuízo foi de 55,47 milhões de reais.

"O resultado líquido foi impactado pela menor margem bruta dos projetos de Tenda, bem como, pela maior despesa financeira", disse o Grupo em comunicado divulgado nesta sexta-feira.

As projeções de analistas obtidas pela Reuters para o resultado da Gafisa variaram entre um lucro de 19 milhões de reais e prejuízo de 13 milhões de reais.

O cancelamento de contratos do período alcançou 354,87 milhões de reais, acima dos 329,1 milhões de reais um ano antes. No primeiro trimestre, o valor atingiu 481,5 milhões de reais.

Já o valor de mercado do estoque consolidado aumentou em 71 milhões reais ante março, para 3,6 bilhões de reais.

A companhia já havia anunciado, em julho, vendas de 553,6 milhões de reais no segundo trimestre, queda de 12 por cento na comparação anual, mas alta de 154 por cento sobre o primeiro trimestre.

Os lançamentos, de 461 milhões de reais, tiveram recuo de 16 por cento em relação ao segundo trimestre de 2012. Mas ante o trimestre imediatamente anterior, os lançamentos tiveram crescimento de 50 por cento.

A venda consolidada sobre a oferta (VSO) caiu para 13,4 por cento no segundo trimestre, ante 16,1 por cento no mesmo período do ano passado, influenciada por um volume menor de lançamentos e maior volume de distratos, informou a companhia.

A empresa estima para o ano lançamentos consolidados de 2,7 bilhões a 3,3 bilhões de reais, e a entrega de 13,5 mil a 17,5 mil unidades, de acordo com comunicado divulgado nesta sexta-feira.

A Gafisa encerrou o segundo trimestre com receita líquida de 640,9 milhões de reais, queda de 18 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, mas avanço de 26 por cento na comparação com o primeiro trimestre.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de 94 milhões de reais no período, queda de 27 por cento ante os 128,6 milhões de reais um ano antes. Ante o trimestre encerrado em março, o Ebitda subiu 63 por cento. A empresa espera que a margem Ebitda fique entre 12 e 14 por cento neste ano.

MELHOR ESTRUTURA DE CAPITAL SEM ALPHAVILLE

No início de junho, a Gafisa anunciou que fechou acordo para vender 70 por cento de participação em sua unidade de loteamento urbano de alto padrão Alphaville para as companhias de investimentos Blackstone Real Estate e Pátria Investimentos, por 1,4 bilhão de reais.

"Com a liquidação da operação, teremos uma forte melhora na estrutura de capital da Gafisa", afirmou a companhia, citando redução nas despesas com juros e fortalecimento do balanço.

A incorporadora também afirmou que a retenção de uma participação de 30 por cento na Alphaville "permitirá continuar participando pelos próximos anos do crescimento e geração de resultados da empresa".

Os recursos devem ser utilizados para reduzir o endividamento e manter liquidez em "nível adequado" para o volume de operações em curso. A operação ainda não se refletiu nos resultados do segundo trimestre.

"Seguiremos com a reestruturação das operações da Companhia, mantendo o foco e a consistência operacional da marca Gafisa, aliado à entrega do legado de projetos e relançamento da marca Tenda sob um modelo de negócios rentável", acrescentou a empresa.

A Gafisa encerrou o trimestre com dívida líquida de 2,5 bilhão de reais, queda anual de 9 por cento e aumento trimestral de 3 por cento.

(Por Juliana Schincariol; Edição de Aluísio Alves e Raquel Stenzel)