Obama buscará apoio do Congresso para ataque contra Síria
WASHINGTON, 31 Ago (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que decidiu que o país deve adotar uma ação militar contra alvos do governo sírio, mas ressaltou que irá buscar a aprovação do Congresso norte-americano antes de fazê-lo.
A espera por decisão do Congresso provavelmente deve atrasar a ação norte-americana por pelo menos 10 dias.
Obama, em um discurso feito na Casa Branca, disse que havia autorizado o uso de força militar para punir a Síria por conta de um ataque com armas químicas realizado em 21 de agosto.
Segundo autoridades dos EUA, o ataque com armas químicas matou 1.429 pessoas.
Recursos militares para a realização de um ataque estão posicionados e prontos para avançar sob sua ordem, disse ele.
No entanto, em um reconhecimento a protestos de legisladores dos EUA e preocupações do povo norte-americano cansados de guerras, Obama acrescentou uma importante ressalva: ele quer que o Congresso aprove.
O Congresso está em recesso e não está programado para retornar ao trabalho até 9 de setembro.
"Hoje eu estou pedindo ao Congresso que mande uma mensagem ao mundo de que nós estamos prontos para agir como uma nação", disse Obama.
A decisão de Obama foi uma grande aposta de que ele conseguirá ganhar a aprovação do Congresso a fim de lançar um ataque limitado contra a Síria para apoiar uma proibição internacional sobre o uso de armas químicas, salvaguardar os interesses da segurança nacional dos EUA e proteger seus aliados regionais como Turquia, Jordânia e Israel.
"Já há muito tempo eu acredito que nosso poder está enraizado não apenas na nossa força militar, mas no nosso exemplo como um governo do povo, pelo povo e para o povo", disse Obama.
Sua decisão também representou uma mudança significativa em comparação com o que se esperava ser um ataque iminente contra alvos sírios. O presidente havia se preparado para agir unilateralmente após o parlamento britânico recusar-se a se juntar aos planos norte-americanos.
Guerras prolongadas e dispendiosas no Afeganistão e no Iraque deixaram o povo norte-americano relutante sobre se envolver em conflitos no Oriente Médio.
A maior parte dos americanos não quer que os Estados Unidos intervenha na Síria. Uma pesquisa Reuters/Ipsos feita nesta semana mostrou que apenas 20 por cento acreditam que os EUA devem agir. O número, no entanto, está acima dos 9 por cento observados na semana passada.
Obama tem amplos poderes legais para tomar uma ação militar, e reforçou que sentia ter a autoridade para lançar um ataque por sua própria iniciativa. Mas ele disse que queria que Congresso expressasse sua vontade.
(Por Roberta Rampton)
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