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Cade dá 18 meses para Telefónica se adequar a decisão sobre TIM, dizem fontes

18/12/2013 13h20Atualizada em 18/12/2013 13h37

MADRI, 18 Dez (Reuters) - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu à Telefónica 18 meses para atender a uma determinação de afrouxar seu controle sobre o mercado de telefonia móvel brasileiro, disseram fontes, tempo que ajudaria o grupo espanhol a afastar uma crescente oposição a sua estratégia.

O Cade decidiu neste mês que a Telefónica deve vender fatia na TIM Participacoes (TIMP3), unidade local da Telecom Italia, ou procurar novo sócio para Vivo (VIVT4).

A Vivo é a maior operadora móvel do Brasil, e a TIM --detida parcialmente pela Telefónica por meio de fatia na Telecom Italia-- é a segunda colocada.

O regulador não disse quando a Telefónica deve obedecer à demanda.

O prazo de 18 meses significa que a Telefónica pode lidar com o problema de competição no Brasil de forma planejada --levando a Telecom Italia a vender a TIM entre meados de 2014 e meados de 2015-- e se fortalecer contra os acionistas da Telecom Italia que se opõem ao plano de desinvestimento na TIM.

Além de resolver o problema antitruste brasileiro, a venda da TIM, avaliada em US$ 11 bilhões, ajudaria a Telefónica a recuperar parte do seu investimento deficitário na Telecom Italia.

A meta da Telefónica é cindir a TIM e dividir seus ativos e redes entre ela e outras duas operadoras móveis no Brasil, a America Movil e a Oi (OIBR3), disseram fontes familiarizadas com os planos da Telefónica.

Mas o plano é ameaçado por uma disputa sobre a melhor forma de reviver a endividada Telecom Italia, que é tema financeiro e político, dado o status da empresa como uma das maiores empregadoras da Itália.

Três fontes próximas ao tema disseram que o Cade havia dado 18 meses para a Telefônica atender sua determinação.

"Não devemos esperar que muito aconteça nos próximos 18 meses", disse um banqueiro sênior com conhecimento de detalhes confidenciais da decisão. "Este é o prazo que o Cade deu para a Telefónica obedecer e, se eu tivesse que apostar em algo, eu esperaria até o primeiro semestre de 2015 para seguir em frente com a TIM."

A Telefónica não quis comentar. Telecom Italia, TIM e Cade não retornaram os pedidos de entrevista.

(Por Julien Toyer)