Açúcar e café mantêm alta em NY por clima para safras no Brasil
Os contratos futuros do café arábica e do açúcar bruto eram negociados nas máximas de muitos meses nesta terça-feira (25) na bolsa de Nova York (ICE Futures), sustentados por deterioração de perspectiva de safras do Brasil, o principal produtor das duas culturas.
"Nós nunca tivemos esta situação de seca prolongada durante o pico da temporada chuvosa em janeiro/fevereiro", disse um analista europeu.
O contrato maio do café arábica subia 1,96%, para US$ 1,7980 por libra-peso às 14h15 (horário de Brasília), pouco abaixo da máxima de US$ 1,8125 testada na sessão.
Os preços do café arábica estão atualmente cerca de 50% acima dos níveis de um mês atrás, quando o Brasil esperava produzir uma safra de 51 milhões a 60 milhões de sacas de 60 kg.
"Nós poderemos perder facilmente 5% a 10% de safra", disse um analista.
"Março é o último mês da estação chuvosa. Se tivermos um março seco, então poderia ser uma catástrofe."
Negociantes e analistas disseram que o clima seco poderá impactar não apenas a safra 2014/2015, mas também a produção de 2015/2016.
"Chuva neste momento do ano não ajuda apenas no desenvolvimento das cerejas nas árvores, elas também geram ramos para o crescimento da safra seguinte", disse o analista.
Relatório da Somar Meteorologia indica que a parte central e norte de Minas Gerais, bem como Espírito Santo, seguem nessa semana com pouca chance de chuva.
Corte do açúcar
O mercado futuro do açúcar na ICE ampliava a alta, com o vencimento março subindo 0,57%, para 17,51 centavos de dólar por libra-peso, após máxima da sessão de 17,77 centavos.
A seca no Brasil também está cortando os prospectos para o açúcar. A maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo previu um corte de 7% na produção em 2014/2015.
"A OIA ainda acredita que é cedo demais para realizar um ajuste massivo na previsão de produção do Brasil em 2014/2015. Nós ainda indicamos que o centro-sul do Brasil deverá colher cerca de 590 milhões de toneladas em 2014/2015 contra 595 milhões de toneladas da temporada anterior", disse Sergey Gudoshnikov, um economista sênior da Organização Internacional de Açúcar (OIA).
"Se a safra de cana está realmente tão ruim como alguns esperam, o potencial de alta do mercado está longe de ser esgotado."
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