Com pressão de Vale e Petrobras, Ibovespa interrompe série de 4 altas
Por Priscila Jordão
SÃO PAULO, 25 Fev (Reuters) - O principal índice da Bovespa interrompeu série de quatro altas consecutivas nesta terça-feira, puxado pelas ações das blue chips Vale e Petrobras, e pressionado por preocupações com o setor imobiliário da China.
O Ibovespa recuou 1,43 por cento, a 46.715 pontos. O giro financeiro do pregão totalizou 5,3 bilhões de reais.
A ação preferencial da mineradora e exportadora Vale, que divulga seu balanço na quarta-feira, exerceu desde o início do dia a principal pressão de queda sobre o índice.
"Embora já esteja precificado um prejuízo para amanhã, o mercado pode estar na defensiva. O (programa de refinanciamento de dívidas tributárias) Refis deve prejudicar o resultado", disse o analista de renda variável João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.
Além disso, nesta sessão, o preço do minério de ferro para entrega imediata na China e ações de mineradoras ao redor do mundo, como Rio Tinto e Anglo American, caíram. O movimento foi observado em meio a temores sobre a desaceleração da concessão de crédito no setor imobiliário chinês, que poderia reduzir a demanda da China por aço, e preocupações sobre a desvalorização do iuan.
Assim como a ação da Vale, a preferencial da Petrobras caiu mais de 2 por cento, acelerando perdas durante a tarde, antes da estatal divulgar seus números trimestrais nesta terça após o fechamento do mercado.
"O mercado azedou e, como ela (Petrobras) subiu ontem, o pessoal preferiu realizar o ganho", disse o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. O papel da petroleira tem sido influenciado por especulações de novo reajuste de combustíveis e o planejamento estratégico de longo prazo que deve ser divulgado junto com o balanço.
Ainda no fronte corporativo, a ação da ALL teve a maior queda do Ibovespa, devolvendo parte da alta de 8,9 por cento da véspera, quando disparou após anúncio de proposta para se unir à Rumo Logística, da Cosan.
Pesaram sobre o papel incertezas sobre o processo de fusão e a notícia do jornal Folha de S. Paulo afirmando que os fundos de pensão Previ e Funcef e o fundo de investimento BRZ não gostaram da oferta apresentada pela Cosan. Segundo a reportagem, ao menos dois dos quatro fundos no acordo de acionistas da empresa precisam dar aval à operação.
A maior alta ficou por conta de Anhanguera Educacional, em movimento de ajuste depois de recuar nas últimas duas semanas em meio a especulações sobre possível cancelamento da fusão com a Kroton.
"Muitos fundos ficaram vendidos na companhia e, como foi se dissipando a possibilidade de o Cade reprovar, estão fazendo o inverso e comprando as ações", disse o analista Henrique Kleine, da Magliano Corretora.
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