IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Expansão da indústria brasileira desacelera em fevereiro, aponta PMI

28/02/2014 10h00

Por Camila Moreira

SÃO PAULO, 28 Fev (Reuters) - Um ritmo mais fraco de expansão do volume de novos pedidos provocou desaceleração no crescimento da atividade industrial brasileira em fevereiro, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira.

O PMI industrial atingiu 50,4 em fevereiro ante 50,8 em janeiro, divulgou o Markit. Apesar do recuo, o índice manteve-se pelo terceiro mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

"Com leituras tão próximas da marca de 50, o PMI reforça percepções de que a atividade econômica está estagnada", avaliou o economista-chefe do HSBC André Loes.

O volume de produção aumentou apenas entre as empresas de bens intermediários, tendo recuado no subsetor de bens de consumo e ficado estagnada junto aos produtores de mercadorias.

O destaque ficou para a desaceleração no ritmo de expansão do volume de novos pedidos em fevereiro em relação ao pico de 11 meses visto no mês anterior, com os entrevistados citando condições econômicas difíceis e pressões competitivas.

Os novos pedidos para exportação registraram queda nos subsetores de bens intermediários e de investimento, enquanto os produtores de mercadorias indicaram ausência de mudança, em meio a evidências de pressões competitivas e de poder limitado de fixação de preços.

INFLAÇÃO

Outro ponto desfavorável em fevereiro foi a inflação dos preços de fábrica, que atingiu o nível mais alto em três meses. Segundo os entrevistados, isso decorreu de preços mais elevados de insumos, que chegaram a um recorde de alta de quatro meses, refletindo a taxa de câmbio desfavorável que encareceu as matérias primas importadas.

Foram os produtores de bens intermediários que relataram o aumento mais acentuado nos preços dos insumos.

"O PMI também sugere notícia ruim no fronte da inflação", destacou Loes.

Por outro lado, a indústria interrompeu em fevereiro dez meses de cortes de empregos com aumento das vagas, ainda que de maneira apenas fracionária e concentrada no setor de bens de consumo, de acordo com o Markit.

Depois de apresentar desempenho errático ao longo de todo o ano de 2013, a indústria encolheu 0,2 por cento no quarto trimestre do ano passado sobre os três meses anteriores, segundo os números do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro divulgados na quinta-feira.