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BCE mantém taxas de juros mesmo com inflação baixa

06/03/2014 12h03

Por Leika Kihara

FRANKFURT, 6 Mar (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) deixou sua principal taxa de juros na mínima histórica de 0,25 por cento nesta quinta-feira e não apresentou nenhuma outra medida para impulsionar a frágil recuperação da zona do euro apesar de prever inflação baixa pelos próximos anos.

A decisão quanto à taxa de juros era aguardada pelos mercados, embora um terço de economistas em pesquisa da Reuters esperasse um corte.

O BCE também manteve a taxa de depósito que paga aos bancos por manter seu dinheiro de um dia para o outro em 0 por cento, e a taxa de empréstimo em 0,75 por cento.

Em entrevista a jornalistas, o presidente do BCE, Mario Draghi, argumentou que a autoridade monetária não fez mudanças porque as informações econômicas mais recentes sugerem que a recuperação está nos trilhos e que não há necessidade de novos estímulos por enquanto.

"Nós vimos nosso cenário (econômico) base, em geral, confirmado", afirmou Draghi. "As notícias que saíram desde a última reunião de política monetária são também, eu diria, de forma geral positivas."

A inflação está no que Draghi chama de "zona de perigo", abaixo de 1 por cento, há cinco meses, e a última leitura foi de 0,8 por cento.

A falta de ação foi significativa uma vez que no mês passado Draghi sinalizou que até a reunião de política de março o BCE teria informação suficiente para julgar a necessidade de novo estímulo.

Uma fonte do BCE havia previsto que o banco pararia de compensar o dinheiro que colocou no sistema através de títulos de governos que comprou no auge da crise da dívida do euro retirando um volume equivalente de recursos a cada semana.

"A suspensão da esterilização...é um dos instrumentos que está em nossa lista, mas não vimos nenhum acontecimento nos mercados monetários que levaria a esse aperto desnecessário das condições monetárias que justificasse o uso desse instrumento", disse ele.

PROJEÇÕES

O presidente do BCE também fez novas projeções econômicas, informando que a inflação na zona do euro poderá chegar a 1,5 por cento em 2016, ainda abaixo da meta de pouco menos de 2 por cento. Para este ano, revisou a estimativa para a inflação a 1 por cento, ante 1,1 por cento, e estimou a inflação de 2015 em 1,3 por cento.

O BCE também espera que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2014 será de 1,2 por cento, ligeiramente abaixo do 1,1 por cento em dezembro. Para 2015 e 2016, as contas são de expansão de 1,5 e 1,8 por cento, respectivamente.