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Portugal Telecom será maior acionista da Oi após aumento de capital

04/04/2014 08h15

RIO DE JANEIRO, 3 Abr (Reuters) - A operadora de telecomunicações Oi (OIBR4) divulgou nesta quinta-feira (3) prospecto preliminar de sua bilionária oferta de ações, no qual informa que a Portugal Telecom será a maior acionista individual da operadora após a operação que faz parte do processo de fusão dos dois grupos.

Segundo o prospecto preliminar, a Portugal Telecom terá 24,87% das ações após a conclusão da oferta, sem considerar as ações em lotes suplementares e adicionais que eventualmente poderão ser exercidos. Já o fundo de investimento gerido pelo BTG Pactual será o segundo maior acionista, com 9,06%.

A participação do grupo português poderá ser ainda maior uma vez que a Bratel Brasil, empresa controlada pela Portugal Telecom, terá outros 3,34% do total ante percentual atual de 14,02%.

Caso seja exercida a opção de colocação de ações suplementares e adicionais, a participação da Portugal Telecom será de 22,27%, incluindo a Bratel, enquanto a do fundo gerido pelo BTG, de 7,15%.

A participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será reduzida de 1,28% para 0,3%, a do fundo de pensão Previ, do Banco do Brasil, de 3,14% para 0,75%, considerando apenas o exercício do lote inicial de papéis.

Outros controladores atuais da Oi também terão suas fatias reduzidas. Telemar Participações vai sair de posição de 14,91% para 3,55%, AG Telecom e LF Tel passarão de 3,88 para 0,92% cada.

A companhia terá free float-- quantidade de ações em livre negociação no mercado-- de 52,79%, sem um controlador definido.

A previsão é que a precificação da oferta de ações ocorra em 28 de abril, com início dos negócios ocorrendo em 30 de abril. Pelo volume máximo de papéis que a companhia informou que poderá emitir, a oferta de ações poderá movimentar até R$ 22,7 bilhões, considerando preços de terça-feira.

O valor é bem superior aos R$ 14 bilhões previstos pela companhia em documentos sobre o aumento de capital enviados ao mercado desde que o anúncio da fusão foi feito em outubro do ano passado.

Porém, analistas consideram que o montante maior faz parte de estratégia da empresa de criar uma margem para conseguir captar os R$ 14 bilhões, mesmo se houver desvalorização dos papéis até a operação ser realizada, que pode ser de perto de 40%.

A ação ordinária da Oi (OIBR3) encerrou esta quinta-feira em queda de 1,6%, a R$ 3,15, enquanto o papel preferencial (OIBR4) teve alta de 0,3%, a R$ 3,09.

Aquisição

No prospecto, a Oi divulgou ainda relatório de auditoria da KPMG, que trata a fusão considerando método de contabilidade de aquisição de ativos da Portugal Telecom, avaliados em R$ 5,7 bilhões.

Segundo a consultoria, o ágio reconhecido como resultado da aquisição será de R$ 11,3 bilhões.

Se a fusão já houvesse ocorrido, a receita operacional líquida da empresa combinada teria somado R$ 36,7 bilhões em 2013, alta de 29,2% na comparação com a receita obtida pela Oi sozinha no ano passado.

Já o lucro líquido teria sido de R$ 2,16 bilhões, enquanto o lucro da operadora foi de R$ 1,49 bilhão em 2013.

(Por Luciana Bruno, edição Alberto Alerigi Jr.)