BC tem atuado de forma robusta, clássica e técnica, diz presidente
BRASÍLIA, 16 Abr (Reuters) - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu nesta quarta-feira que a autoridade monetária tem atuado de forma robusta, clássica e técnica, dizendo que parte relevante da alta dos juros ainda não atingiu os preços e espera pelo recuo da inflação mensal.
"O Banco Central vem trabalhando para que o choque (de preços) se circunscreva aos alimentos. Veremos a inflação mensal recuando", disse Tombini em apresentação sobre perspectivas da economia brasileira em 2014, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com a presença da presidente Dilma Rousseff, ministros e empresários.
O presidente do BC repetiu ainda que boa parte do aperto nos juros ainda será sentido nos preços. "A política (monetária) opera com defasagens e efeitos cumulativos, e parte relevante da política monetária não tocou a inflação", afirmou.
A inflação alta e resistente é um dos principais problemas que o governo enfrenta neste momento, afetando a popularidade da presidente Dilma e se colocando no centro do debate deste ano eleitoral.
O IPCA tem ficado acima de 6%, próximo do teto da meta do governo, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Para combater a escalada dos preços, o BC deu início a um ciclo de alta dos juros em abril passado, retirando a Selic da mínima histórica de 7,25% e elevando-a para 11% atualmente.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC sinalizou que pode encerrar o ciclo de aperto em maio.
O presidente do BC também disse que o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, apontado como um dos fatores de vulnerabilidade do Brasil, deve se estabilizar.
Tombini voltou a dizer que a recuperação da economia norte-americana é a boa notícia para o Brasil, mas afirmou que a recuperação global se dá de forma gradual, não heterogênea e com riscos. Ele repetiu ainda que a volatilidade vista nos mercados recentemente, por conta do ajuste das condições monetárias no mundo, não pode ser confundida com vulnerabilidade.
(Reportagem de Luciana Otoni)
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