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IDV vê aceleração das vendas no varejo do Brasil em abril e maio

17/04/2014 20h10

Por Juliana Schincariol

RIO (Reuters) - As vendas no varejo do Brasil devem acelerar em abril e maio, depois de um mês de março mais fraco, segundo o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV), divulgado nesta quinta-feira.

Em maio, o crescimento real estimado é de 8,2 por cento em na comparação anual. O Dia das Mães, comemorado no segundo domingo do mês que vem, é considerada a segunda melhor data para o varejo no país depois do Natal.

Já para este mês, as expectativas de vendas apontam alta de 7,2 por cento em relação ao mesmo mês de 2013, influenciada pela Páscoa.

A expectativa ocorre depois de um mês de março em queda das vendas do varejo nacional, que segundo o IDV subiram apenas 1,3 por cento, afetadas em parte por efeito calendário.

Mais cedo nesta quinta-feira, índice divulgado pela empresa de cartões Cielo apontou para forte desaceleração no crescimento das vendas em março, apesar de uma expansão de 6,8 por cento no primeiro trimestre.

De acordo com o vice-presidente do IDV, Fernando de Castro, um endurecimento na concessão de crédito por bancos privados e o aumento da inflação também tiveram impacto sobre o resultado de março.

"Há uma mudança no ritmo da inflação e o consumidor se retrai momentaneamente, sobretudo em relação a compras mais programadas", disse o executivo.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,92 por cento em março, no maior avanço para o mês desde 2003.

Para junho, o crescimento anual das vendas no varejo, segundo o IDV, deve desacelerar para 5,9 por cento. Segundo Castro, junho tradicionalmente não é um mês forte para o varejo diante da proximidade com as férias escolares em julho.

Apesar da realização da Copa do Mundo de futebol em junho, a expectativa é que o evento tenha impacto pouco relevante nas vendas do varejo no último mês do primeiro semestre, de acordo com as estimativas da Cielo.

NÃO DURÁVEIS

Segundo o IDV, em março, o varejo de não-duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, ramo alimentar e perfumaria, apresentou queda de 6,9 por cento ante o mesmo período de 2013, mas subiu 1,92 por cento ante fevereiro. A expectativa de crescimento para o segmento é de 5,4 por cento em abril, 6,4 por cento em maio e 4,9 por cento em junho.

O setor de bens semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, e livrarias, teve alta de 3,2 por cento no mês passado e a expectativa de crescimento em abril é de 10,4 por cento. Para maio, a previsão é de 11,5 por cento de expansão, desacelerando para 8,5 por cento em junho.

Com a manutenção das alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha de móveis e linha branca, o segmento de bens duráveis registrou alta de 11,3 por cento nas vendas em março. Para abril, maio e junho, a expectativa do IDV é de altas de 7, 7,9 e 5,2 por cento, respectivamente.

No primeiro trimestre, o varejo brasileiro apurou crescimento de 5,2 por cento, ante 2,2 por cento de expansão no mesmo período do ano passado, disse o IDV.

"Emprego, renda e crédito, embora com tendência de taxas de crescimento mais baixas, ainda não indicam um obstáculo para um crescimento superior ao de 2013", disse em nota o presidente do IDV, Flávio Rocha.

Segundo Castro, de forma geral, o sentimento dos associados do IDV é de retomada do nível de crescimento de vendas entre 6 e 8 por cento ao ano, patamar que está sinalizado no médio prazo.

O IDV representa 49 empresas varejistas de diferentes setores, como alimentos, eletrodomésticos, móveis, utilidades domésticas, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, material de construção, medicamentos, vestuário e calçados.