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Dona da Perdigão e Sadia lucra R$ 315 milhões no 1º trimestre, queda de 12%

  • Diego Padgurschi/Folha Imagem

SÃO PAULO, 29 Abr (Reuters) - A BRF (BRFS3), maior exportadora global de carne frango e dona das marcas Perdigão e Sadia, teve lucro de R$ 315 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 12% ante um atrás e abaixo da expectativa do mercado, impactado por maiores despesas financeiras e operacionais, informou a companhia nesta terça-feira (29).

As despesas operacionais no período cresceram quase 10% ante igual período do ano passado, para R$ 1,21 bilhão. Já as despesas financeiras líquidas somaram R$ 196,5 milhões no primeiro trimestre, alta de 93% ante igual período de 2013, por conta do aumento de juros pagos sobre empréstimos, custos com fixação de preços de grãos e variação cambial sobre investimentos no exterior.

"Tal resultado foi em decorrência do aumento das despesas operacionais, principalmente em marketing e trade marketing, outras despesas operacionais advindas do plano de reestruturação e do aumento das (despesas) financeiras liquidas em comparação ao mesmo período do ano anterior", disse a empresa em comunicado.

A reestruturação da companhia visa simplificar a área operacional internamente e reorganizar sua estrutura internacional, na tentativa de reforçar a participação da empresa em segmentos de maior valor agregado.

A receita líquida no período somou R$ 7,3 bilhões, 1,8% maior ante o primeiro trimestre de 2013.

O crescimento ocorreu em meio a "um ambiente de consumo mais desafiador no mercado interno, e de volumes menores no mercado externo seguindo a nossa estratégia de diminuir volumes em mercados selecionados", acrescentou a empresa.

O volume total de vendas do período recuou 7,4% para 1,3 milhão de toneladas, puxado principalmente pelo mercado externo.

A expectativa do mercado apontava para um lucro líquido de R$ 332 milhões, com analistas citando volume de vendas menor para o mercado externo.

As vendas externas totais da BRF recuaram 11%, para 535 mil toneladas. A receita com as exportações, porém, teve pequeno recuo de 1%, para R$ 3,067 bilhões.

A BRF disse que a desvalorização do real ante o dólar no primeiro trimestre ante igual período do ano passado levou a um incremento de 11,5% nos preços em reais das exportações, o que contribuiu para manter a receita praticamente estável, apesar dos volumes menores.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), importante indicador operacional, atingiu R$ 860,8 milhões, 7,1% acima do mesmo trimestre do ano passado.

A margem Ebitda subiu para 11,7% no trimestre, versus 11,1% no ano anterior.

A empresa destacou que a geração de fluxo de caixa livre no trimestre somou R$ 1,1 bilhão, contra R$ 578,2 bilhões no último trimestre de 2013, graças a mudanças operacionais em curso e à otimização dos investimentos e do capital de giro.

A empresa cortou os investimentos no trimestre em 46,1%, para R$ 335,8 milhões, incluindo R$ 120,1 milhões em ativos biológicos.

"Estes valores estão em linha com o guidance de R$ 1,5 bilhão de investimentos e serão faseados ao longo do ano."

Os investimentos serão voltados para automação, logística e sistemas (TI), tirando o foco no aumento de capacidade produtiva, acrescentou.

(Reportagem de Fabíola Gomes)

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