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Bradesco, Santander e BTG entram em novo socorro a elétricas, diz fonte

Luciana Otoni

30/07/2014 15h06Atualizada em 30/07/2014 18h39

Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BBTG11) concordaram em participar do novo empréstimo de R$ 6,5 bilhões às distribuidoras de energia, disse à agência de notícias Reuters uma fonte do governo a par do assunto nesta quarta-feira.

"Já temos o OK do Bradesco e do Santander para a operação", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato, e afirmando que o BTG também está garantido no negócio. A participação de outros bancos privados não está garantida.

Segundo a fonte, as garantias da operação devem ser similares às do primeiro empréstimo fechado para socorrer as distribuidoras mais cedo neste ano, de R$ 11,2 bilhões, ou seja do Tesouro Nacional.

A taxa de juros está sendo negociada, mas deve ser um pouco superior à de CDI mais 1,9% ao ano que referenciou o empréstimo anterior.

Nesta tarde, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse a jornalistas que não há nenhuma participação do órgão no novo empréstimo.

No novo socorro às distribuidoras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entrará com R$ 3 bilhões, enquanto os R$ 3,5 bilhões restantes virão de bancos privados, disse a fonte.

O governo negocia ainda a inclusão do Itaú Unibanco (ITUB4) no grupo de bancos e a expectativa é que a estruturação do novo empréstimo seja concluída até a primeira metade de agosto, acrescentou a fonte.

O socorro às distribuidoras é resultado do acionamento de térmicas, que têm custo maior de geração, diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas neste ano. Para atender à demanda, as distribuidoras têm que comprar energia no mercado de curto prazo, cujo preço disparou devido à estiagem.

Em abril, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) tomou R$ 11,2 bilhões com 10 bancos para repassar às distribuidoras, cujo caixa foi afetado pela compra de energia no mercado de curto prazo.

Porém, o dinheiro do primeiro empréstimo, que não teve a participação do BNDES, terminou em junho, quando foram liquidados contratos de curto prazo de abril.

Sem a definição do novo empréstimo, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou até 28 de agosto o prazo para liquidar despesas das distribuidoras com operações de maio do mercado de curto prazo não cobertas pela tarifa.

Segundo a fonte, o novo aporte ao setor está sendo costurado com a condição de que as distribuidoras de energia não peçam um novo empréstimo "nem neste ano nem em 2015".

Procurados, Santander, Bradesco e BTG não puderam comentar as informações de imediato.