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TCU adia votação que pode incluir Graça Foster em investigação sobre Pasadena

20/08/2014 20h06

BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal de Contas da União (TCU) adiou para a próxima semana votação que pode incluir a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na investigação de possíveis irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

O ministro José Jorge, relator do caso, propôs o adiamento após tomar conhecimento de que a presidente da estatal teria transferido bens patrimoniais a parentes, segundo denúncia publicada na versão online de O Globo, nesta quarta-feira.

"Resolvi retirar a matéria de pauta para que a notícia seja apurada", disse Jorge.

Os documentos obtidos pela reportagem de O Globo revelam que, em 20 de março deste ano, Graça Foster, como a executiva gosta de ser chamada, doou "com reserva de usufruto" dois imóveis.

Em nota, a Petrobras negou Graça Foster tenha feito "qualquer movimentação patrimonial com o intuito de burlar a decisão do TCU tomada no dia 23 de julho".

Na ocasião, o TCU apontou possíveis irregularidades na compra da refinaria e decidiu bloquear por um ano os bens dos citados no processo. Caso condenados, os citados podem ter que devolver à estatal cerca de 800 milhões de dólares.

"Documentos pessoais da presidente da companhia comprovam que, desde junho de 2013, ela já vinha providenciando a documentação necessária para a lavratura das Escrituras de Doação de Bens Imóveis aos seus filhos com Cláusula de Usufruto", afirma a nota.

"Esses procedimentos foram: avaliações dos imóveis, obtenção de certidões, verificação do valor dos custos e tributos incidentes, elaboração das minutas das escrituras e sua posterior formalização, bem como os competentes registros imobiliários, culminando todos esses atos em 20 de março e 9 de abril de 2014."

A votação adiada nesta quarta-feira poderia incluir no processo, além de Graça Foster, o ex-diretor internacional da estatal Jorge Luiz Zelada.

O relator do processo no TCU defendeu a inclusão de Graça Foster no processo no início do mês, mas a decisão do tribunal sobre o assunto também havia sido adiada naquela oportunidade.

O atual diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Almir Barbassa, foi citado pelo TCU entre os envolvidos no processo.

(Por Nestor Rabello, reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo)