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Governo aumenta para R$ 788,06 a projeção do salário mínimo para 2015

28/08/2014 12h14

BRASÍLIA, 28 Ago (Reuters) - O governo elevou para R$ 788,06 a previsão do valor do salário mínimo a vigorar em 2015, acima dos R$ 779,79 que eram projetados anteriormente para o ano que vem, após a revisão para cima das premissas que compõem o reajuste.

O novo valor consta no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) divulgado nesta quinta-feira, na única alteração em relação aos parâmetros macroeconômicos apresentados em abril na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O salário mínimo para 2015 tem um aumento de 8,8% sobre os R$ 724 deste ano.

Mudança por causa da revisão do PIB de 2013 e de inflação maior em 2014

A mudança do valor na comparação com o previsto anteriormente é resultado da revisão para cima do crescimento da economia em 2013 e de uma estimativa maior para inflação neste ano.

O reajuste do salário mínimo depende da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior.

No fim de maio, o PIB de 2013 foi revisado de alta de 2,3% para avanço de 2,5%. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as expectativas para o INPC para 2014 também subiram em relação ao previsto em abril.

Governo fala em crescimento de 3% em 2015; analistas, em 1,20%

Com uma visão otimista do desempenho da economia brasileira para o próximo ano, a proposta da Lei Orçamentária Anual estima que o PIB de 2015 crescerá 3%, o mesmo percentual na Lei de Diretrizes Orçamentárias, informaram os ministérios do Planejamento e da Fazenda.

O boletim Focus mais recente do Banco Central mostra que economistas de instituições financeiros esperam expansão da economia de apenas 1,20% no próximo ano, segundo a mediana das projeções.

Meta fiscal foi mantida; questão é polêmica no governo Dilma

Entre os principais parâmetros da proposta, o superavit primário ajustado (economia para pagar os juros da dívida) foi mantido em R$ 114,7 bilhões, equivalente a 2% do PIB, com a possibilidade de abatimento de R$ 28,7 bilhões em gastos com investimentos, também conforme o previsto no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Ao fixar a meta fiscal para o próximo ano, os ministérios da Fazenda e do Planejamento projetam que a relação da dívida líquida do setor público encerrará o próximo ano em 32,9% do PIB.

A política fiscal do governo da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição, foi marcada por ajustes e descumprimento de metas e vem sendo duramente criticada por agentes do mercado.

Para este ano, a meta fiscal foi ajustada para R$ 99 bilhões (1,9% do PIB), mas com a arrecadação crescendo menos que o previsto e altos descontos de impostos (desonerações), o governo já reconhece internamente que o alvo em 2014 não será atingido. 

Governo estima inflação de 5% em 2015 e R$ 65 bi para o PAC

Sobre inflação, a proposta de orçamento do próximo ano estima o IPCA em 5%, igual à estimativa que consta na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Para 2015, o investimento global das estatais federais foi estimado em R$ 105,7 bilhões. Do total, R$ 83,4 bilhões referem-se a investimentos previstos da Petrobras e R$ 10,7 bilhões em investimentos da Eletrobras.

Já para os empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram reservados R$ 65 bilhões, incluindo os gastos com o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.