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Claro, TIM e Vivo compram licenças nacionais em leilão 4G; arrecadação fica aquém da prevista

NACHO DOCE
Imagem: NACHO DOCE

30/09/2014 12h58

BRASÍLIA (Reuters) - As três maiores operadoras móveis do Brasil arremataram nesta terça-feira licenças nacionais de frequência para oferta de serviços de quarta geração, em um leilão que rendeu bem menos que o esperado para os cofres públicos.

A Claro e a TIM Participações ficaram com os lotes 1 e 2, respectivamente, oferecendo cada uma 1,947 bilhão de reais pelas licenças, apenas 1 por cento de ágio nos dois casos. A Telefônica Brasil (que opera sob a marca Vivo) pagará o lance mínimo de 1,928 bilhão de reais pelo lote 3.

A operadora regional Algar Telecom, que poderia elevar seu status para se tornar uma companhia nacional de telefonia, optou por fazer oferta apenas pelo lote 5 de frequências em sua área de atuação, com proposta de 29,6 milhões de reais, praticamente o mínimo previsto no edital da disputa.

O governo federal correu para realizar o leilão de 4G neste ano, porque precisa do dinheiro da venda das licenças para ajudar as contas públicas. A expectativa do Ministério da Fazenda era ter uma receita extraordinária de 8 bilhões de reais com o leilão de 4G, mas os lotes vendidos pelo governo vão reforçar o caixa do Tesouro Nacional em 5 bilhões de reais.

Pelo lado das contas públicas, a frustração das expectativas com o leilão pode ser atribuída à ausência de outras empresas relevantes no leilão promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Oi e Nextel optaram por não participar da licitação.

Com apenas quatro empresas no leilão, dois dos seis lotes oferecidos não atraíram interessados: um que abrange o território nacional com exceção das áreas de cobertura das operadoras CTBC e Sercomtel e outro regional. Os preços mínimos desses lotes eram de quase 1,9 bilhão e de 5,3 milhões de reais, respectivamente.

A soma das ofertas vencedoras foi de 5,85 bilhões de reais, mas o governo terá que assumir uma parcela do custo de limpeza da frequência de 700 MHz, atualmente ocupada pela radiodifusão analógica, já que duas licenças continuarão com a União, segundo explicou o presidente da Anatel, João Rezende.

O custo total da limpeza da faixa de 700 MHz é estimado em 3,6 bilhões de reais, dos quais cerca de três quartos serão pagos pelas empresas vencedoras do leilão e o restante pelo governo federal.

As operadoras móveis poderão utilizar as novas faixas para completar suas ofertas de 4G, após um primeiro leilão de frequências de 2,5 gigahertz (GHz) para esses serviços, em 2012, que levantou um total de 2,93 bilhões de reais.

(Reportagem de Leonardo Goy)