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Embarque de minério do país em setembro é o maior em quase 3 anos; preço despenca

01/10/2014 16h52

SÃO PAULO (Reuters) - Os volumes de minério de ferro exportados pelo Brasil em setembro atingiram 33,1 milhões de toneladas, o maior volume mensal embarcado em quase três anos e um crescimento de 14 por cento na comparação com o mesmo mês de 2013, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Os grandes embarques, que estão em patamares próximos dos maiores volumes já exportados pelo país, de 34 milhões de toneladas em dezembro de 2011, ou das 35 milhões de toneladas de maio de 2008, ocorrem em um momento de preços baixos no mercado internacional, devido ao crescimento da oferta num ritmo superior ao da demanda.

A queda do preço fez a receita com exportação de minério de ferro do Brasil em setembro cair mais de 20 por cento na comparação anual, para 2,2 bilhões de dólares, apesar do aumento do volume exportado.

O minério teve uma mínima de cinco anos de 77,50 dólares/tonelada na terça-feira na China, o maior importador da commodity, segundo dados compilados pelo Steel Index.

No Brasil, os preços médios do produto exportado em setembro fecharam em 67,3 dólares/tonelada (FOB), segundo a Secex, queda de 30 por cento ante o valor do mesmo mês do ano passado. Pelos dados do órgão do governo brasileiro, o preço de exportação está no menor nível desde os 52,3 dólares de março de 2010, quando a economia global ainda se recuperava da crise financeira de 2008-2009.

Os preços do minério estão pressionados globalmente à medida que as grandes mineradoras, incluindo a brasileira Vale, elevam a produção com expansão de suas operações, na expectativa de tirar do mercado as mineradoras de alto custo da China, o que faria os preços terem alguma sustentação.

A Vale é maior produtora global de minério de ferro e responde por grande parte de exportações do Brasil.

No terceiro trimestre, as exportações do Brasil, em volumes, somaram 92,51 milhões de toneladas, crescimento de 3 por cento na comparação anual.

(Por Roberto Samora)