PDG se concentra na redução da alavancagem até meados de 2016
Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A PDG Realty vai se concentrar na redução de alavancagem em 2015 e parte de 2016 para retomar o crescimento do retorno sobre o patrimônio, estratégia que faz parte da segunda fase de seu plano de reestruturação, enquanto espera geração de caixa significativa já no próximo ano.
A construtora e incorporadora divulgou na véspera prejuízo maior no terceiro trimestre, embora tenha tido geração de caixa no período, levando a uma alta de mais de 12 por cento de suas ações nesta sexta-feira.
O diretor financeiro da PDG, Marco Kheirallah, reiterou que a companhia vai gerar caixa de forma significativa em 2015.
"A gente vai passar a ver trimestre atrás de trimestre de gerações de caixa muito positivas. A ordem de grandeza de geração de caixa para o ano que vem é de bilhões", afirmou em teleconferência com analistas nesta sexta-feira o diretor financeiro da companhia, Marco Kheirallah, evitando citar dados precisos.
Segundo o diretor-presidente da PDG, Carlos Piani, o foco no próximo ano e parte de 2016 é a redução da alavancagem. "Um nível ótimo de alavancagem vai acontecer nos próximos trimestres e a retomada do retorno sobre patrimônio vai ocorrer", disse ele.
Em 2013, a PDG iniciou um processo de reestruturação, cuja primeira fase previa a retomada da geração de caixa. No segundo momento, a expectativa é a retomada do retorno sobre capital, seguida de uma melhora operacional efetiva e um retorno sobre capital superior à média do mercado.
Do lado operacional, a companhia se manterá focada na redução de estoques, com a possibilidade de fazer nova ações de descontos nos próximos meses, ainda que menores do que a campanha realizada em agosto deste ano, disseram os executivos.
O total de lançamentos da PDG em 2014 deve ficar um pouco abaixo de 2013, quando foi de cerca de 2 bilhões de reais, disse à Reuters o vice-presidente de operações imobiliárias, Antonio Guedes.
"A gente tinha alguns lançamentos para serem feitos agora no terceiro trimestre, mas prorrogamos para o ano que vem em função de incertezas econômicas, das eleições", afirmou.
Após lançar quatro empreendimentos no terceiro trimestre, a companhia já possui dois novos empreendimentos no Rio de Janeiro, um residencial com valor geral de vendas (VGV) de 40,5 milhões de reais, e outro comercial, com VGV de 100,5 milhões.
Ainda estão previstos os lançamentos de dois empreendimentos em São Paulo e Campinas (SP), com VGV de 69,1 milhões e 63,3 milhões de reais, respectivamente.
"Hoje a gente está mais preparado para crescer do que antes, mas estamos respeitando a atividade macro para ver o melhor momento para este crescimento", disse o presidente da PDG na teleconferência.
Para 2015, a perspectiva é de que os lançamentos fiquem em linha com 2014, disseram os executivos.
Sobre as condições do mercado no próximo ano, o diretor de relações com investidores da companhia, Rafael Espírito Santo, afirmou que as premissas -emprego, renda e taxa de juros - continuam positivas.
"Os bancos veem o financiamento imobiliário como parcela relevante e querem aumentar dentro da carteira de crédito como um todo. As variáveis que impactam o nosso setor continuam mostrando números saudáveis apesar da desaceleração da economia como um todo", disse, acrescentando que a taxa de juros do crédito imobiliário não acompanha o avanço da Selic.
Sobre os cancelamentos de contratos, Piani afirmou que, a PDG deve sofrer menos nos próximos trimestres do que a média de mercado. No terceiro trimestre, a PDG teve desaceleração no volume de distratos, que somaram 102 milhões, abaixo da média recente, de 210 milhões de reais. Um ano antes, o cancelamento de contratos havia sido de 537 milhões de reais.
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