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Lucro líquido da Cosan despenca no 3º tri; Raízen reduz previsões

05/11/2014 22h33

SÃO PAULO (Reuters) - O lucro líquido da empresa de infraestrutura e energia Cosan recuou 92,6 por cento no terceiro trimestre na comparação anual, com aumento de despesas financeiras e queda no lucro operaciona.

O lucro líquido caiu para 15,2 milhões de reais ante 205,9 milhões de reais no terceiro trimestre do ano passado, informou a empresa nesta quarta-feira.

O resultado financeiro ficou negativo em 299,8 milhões de reais no terceiro trimestre, ante resultado também negativo de 132,9 milhões de reais no mesmo período de 2013. Somente a variação cambial no período gerou um impacto negativo de 209,3 milhões de reais no trimestre, compensada em parte por ganhos com derivativos de 116,5 milhões de reais.

O Ebitda --lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização-- da Cosan somou 1,06 bilhão de reais no período ante 1,20 bilhão de reais no terceiro trimestre do ano passado, com a divisão de comercialização de combustíveis registrando aumento das vendas no trimestre, enquanto a de produção de etanol e açúcar apresentou queda na receita em meio a uma quebra de safra de cana-de-açúcar.

O lucro operacional recuou 22 por cento para 561 milhões de reais no trimestre.

A Raízen Energia, divisão de açúcar, etanol e cogeração de energia da maior companhia do setor, reduziu em 8,8 por cento a moagem de cana na comparação anual, para 24,48 milhões de toneladas no período.

"Esta redução ocorreu devido ao clima muito seco, que prejudicou o processo de plantio e o crescimento de cana-de-açúcar afetando o nível de moagem no trimestre", disse a Cosan, que anunciou também redução de 15 por cento na produtividade agrícola, em função do déficit hídrico.

A queda na moagem afetou a produção de açúcar, enquanto a fabricação de etanol subiu, com a empresa tirando vantagem da melhor remuneração do biocombustível.

A produção de açúcar caiu 11,6 por cento, para 1,88 milhão de toneladas, enquanto a produção de etanol aumentou 2,2 por cento, para 903 milhões de litros no trimestre.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a moagem de cana ficou praticamente estável ante o mesmo período de 2013, em 45,4 milhões de toneladas, com queda de 2,5 por cento na produção de açúcar e aumento de 8,7 por cento na de etanol.

PREVISÕES MENORES PARA O ANO

Apesar de uma moagem praticamente estável no acumulado do ano até o final de setembro, a Raízen reduziu as projeções de moagem de cana e vendas de açúcar e etanol na comparação com as previsões divulgadas no segundo trimestre, com o processamento de cana da safra atual já caminhando para o seu final.

E deverá ter em 2014 um ano pior do que o de 2013 em vendas e moagem, em meio à severa seca que afetou as principais regiões produtoras.

Para o ano, a divisão sucroenergética da Cosan estima moagem de 57 milhões a 58 milhões de toneladas ante 58 milhões a 60 milhões de toneladas na projeção do trimestre anterior. Em 2013, a moagem somou 61,4 milhões de toneladas.

As vendas de açúcar deverão agora atingir 4,1 milhões a 4,3 milhões de toneladas de açúcar em 2014, ante 4,2 milhões a 4,5 milhões de toneladas na projeção anterior. No ano passado, as vendas de açúcar totalizaram 4,47 milhões de toneladas.

Já as vendas de etanol foram estimadas entre 1,9 bilhão e 2,1 bilhões de litros em 2014, ante 2-2,2 bilhões de litros na previsão anterior, também abaixo dos 2,475 bilhões de litros vendidos do ano passado.

Com isso, a Cosan revisou para baixo orientação para o Ebitda consolidado do ano para uma faixa entre 4 bilhões e 4,3 bilhões de reais, ante estimativa anterior de 4,150 bilhões e 4,650 bilhões de reais. No ano passado, o Ebitda foi de 3,964 bilhões de reais.

(Por Roberto Samora)