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Opep não deve reduzir produção de petróleo apesar de queda nos preços

26/11/2014 19h03

Por Alex Lawler e Amena Bakr e Rania El Gamal

(Reuters) - As nações do Golfo Pérsico integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não irão propor uma redução na produção de petróleo na quinta-feira, o que reduz a probabilidade de uma ação conjunta do grupo para aumentar os preços da commodity, que caíram em um terço desde junho.

"O CCG chegou a um consenso", informou o ministro do Petróleo saudita, Ali al-Naimi, aos repórteres, referindo-se ao Conselho de Cooperação do Golfo, que inclui Arábia Saudita, Kuweit, Catar e os Emirados Árabes Unidos. "Estamos muito confiantes de que a Opep terá uma posição unificada".

"O poder de convencimento irá prevalecer amanhã… tenho confiança de que a Opep é capaz de adotar uma posição muito unificada", acrescentou Naimi.

Um delegado da Opep do Golfo Pérsico disse à Reuters que o CCG chegou ao consenso de não reduzir a produção de petróleo.

Separadamente, três delegados da organização declararam à Reuters que acreditam ser improvável que a Opep adote cortes quando o grupo de 12 membros se reunir na quinta-feira.

A reunião será uma das mais cruciais dos últimos anos, já que o petróleo despencou para cerca de 78 dólares o barril devido ao grande crescimento na extração de óleo de xisto nos Estados Unidos e à redução no crescimento econômico na China e na Europa.

FATIA DE MERCADO

Na prática, limitar a produção unilateralmente representaria para a Opep, que responde por um terço da oferta mundial da commodity, uma perda ainda maior de fatia de mercado para os produtores de óleo de xisto norte-americanos.

Se a Opep se opuser à diminuição e mantiver os níveis atuais na quinta-feira, isso poderia levar a uma guerra de preços que os sauditas e outros produtores do Golfo Pérsico podem suportar devido a suas grandes reservas de moeda estrangeira.

Para outros membros, como a Venezuela ou o Irã, seria muito mais difícil.

O petróleo tipo Brent fechou cotado a 77,75 dólares nesta quarta-feira.

Mais cedo, Naimi afirmou esperar que o mercado de petróleo “se estabilize em algum momento” depois de conversar na terça-feira com a Rússia, que não pertence à Opep.

Os Emirados Árabes Unidos concordaram com Naimi, dizendo que os preços do petróleo logo irão se estabilizar, ao mesmo tempo em que aumentaram a pressão em nações não filiadas à Opep.

“Esta não é uma crise que exige que entremos em pânico… já vimos (preços) bem mais baixos”, declarou o ministro do Petróleo dos Emirados, Suhail bin Mohammed al-Mazroui, à Reuters.

(Reportagem adicional de David Sheppard, Dmitry Zhdannikov e Shadia Nasralla)