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Eneva, antiga MPX de Eike Batista, entra com pedido de recuperação judicial

09/12/2014 21h41

RIO DE JANEIRO - A empresa de energia Eneva, controlada pela alemã E.ON, entrou com pedido de recuperação judicial na Comarca do Estado do Rio de Janeiro, após não ter conseguido renovar acordo com bancos credores.

O pedido ocorreu após a não revalidação do acordo para suspender a amortização e o pagamento de juros de operações financeiras contratadas pela companhia com os credores, expirado em 21 de novembro, disse a Eneva nesta terça-feira (9) em fato relevante.

"A decisão tem por objetivo preservar condições de caixa adequadas para a continuidade das atividades da companhia, que têm apresentado evolução continuada em seus indicadores operacionais", disse a empresa em comunicado à imprensa.

Caso o pedido de recuperação judicial seja aprovado, as dívidas da empresa e de sua controlada Eneva Participações, de 2,33 bilhões de reais, ficarão suspensas. As demais subsidiárias da empresa não foram incluídas no pedido de recuperação judicial e as usinas permanecem em operação normalmente, disse a Eneva.

A companhia terá 60 dias, contados a partir da aprovação do pedido, para apresentar seu plano de recuperação judicial.

Antes de decidir pela medida judicial, a Eneva afirmou ter implementado medidas para reforçar sua estrutura de capital. Em junho de 2014, foi realizado aumento de capital de R$ 175 milhõe, a venda de 50% do controle de Pecém II por R$ 408 milhões para a E.ON, além da aprovação de uma linha de crédito de longo prazo no valor de R$ 300 milhões para Pecém II.

Com a recuperação judicial, salários e outros benefícios para funcionários e pagamentos futuros a fornecedores estão integramente preservados.

A posição de caixa da Eneva, no fim de novembro, era de R$ 78,3 milhões. A empresa opera sete usinas termelétricas, que não foram incluídas no pedido.

Eneva tem novos presidente e conselheiros

A E.ON assumiu o controle da Eneva, ex-MPX Energia, no ano passado depois que o império de commmodities e energia controlado pelo empresário Eike Batista entrou em colapso.

A E.ON mudou o nome da MPX para Eneva e contratou Fabio Bicudo para recuperar a companhia por meio de um programa de corte de custos. Sob o mandato de Bicudo, a Eneva impulsionou a produção de energia para 2,4 gigawatts e teve cerca de R$ 2 bilhões em receitas nos últimos 12 meses.

Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, Bicudo renunciou ao cargo e será substituído por Alexandre Americano, que foi eleito diretor-presidente.

Já o diretor vice-presidente e de Relações com Investidores Frank Possmeier será substituído por Ricardo Levy.

Bicudo foi convidado pelos controladores a assumir o cargo de presidente do Conselho, a ser eleito em assembleia geral extraordinária. Já Possmeier assumirá o cargo de diretor da E.ON Brasil.

Também foram apresentadas as renúncias dos conselheiros Luiz do Amaral de França Pereira, Adriano Castello Branco e Luiz Fernando Vendramini Fleury.

A empresa deverá convocar assembleia geral extraordinária para ratificar o pedido de recuperação judicial e eleger novos membros do Conselho.

(Por Luciana Bruno e Guillermo Parra-Bernal)