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QGEP decidirá sobre 3º poço em Atlanta em até 10 meses; vê menores custos

18/12/2014 15h01

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) deverá decidir sobre a perfuração de um terceiro poço no campo de Atlanta, na Bacia de Santos, em até dez meses, enquanto avalia que o mercado de petróleo, com preços em queda, deve registrar também uma redução de custos de produção.

"Existe grande possibilidade realmente desse (terceiro) poço ser perfurado", afirmou nesta quinta-feira o diretor de produção da QGEP, Danilo Oliveira, acrescentando que o terceiro poço custaria em torno de 100 milhões de dólares.

A diretoria da QGEP conversou com analistas de mercado um dia após a publicação da aguardada contratação da plataforma de produção de petróleo para a área, que terá capacidade máxima de 30 mil barris/dia.

"O início da produção do campo de Atlanta representará um grande marco na história da companhia e consolidará nossa posição como operador de águas profundas, além de aumentar e diversificar a geração de caixa operacional da companhia", afirmou o presidente da QGEP, Lincoln Guardado.

O campo iniciará produção em 2016, por meio de Sistema de Produção Antecipada (SPA), cujos investimentos somam 520 milhões de dólares, contemplando dois poços.

Oliveira explicou que entre 70 e 80 por cento do investimento de 520 milhões de dólares já foram aportados, faltando apenas uma parte das linhas flexíveis, equipamentos que farão a conexão dos poços à plataforma.

Além dos dois poços já perfurados e do terceiro em estudo, a empresa planeja a perfuração de outros nove poços.

CUSTOS EM QUEDA

O atual plano da companhia prevê a contratação de uma segunda plataforma, com capacidade 80 mil barris de petróleo por dia, com chegada estimada em 2019, quando termina o sistema de produção antecipada e começa o definitivo.

"Para o sistema definitivo, a gente não está divulgando o capex, mesmo porque nós estamos em um período turbulento, existe uma avaliação muito grande do mercado desse momento, e a gente vai ser obrigado a rever nosso capex que tínhamos projetado", afirmou Oliveira, em resposta a analistas.

"Alguns custos estão vindo um pouco para baixo e há uma volatilidade muito grande neste instante, a gente não vai divulgar o capex para o sistema definitivo ainda."

De acordo com os executivos da companhia, a redução de custos da cadeia é consequência dos preços menores de petróleo.

"O preço de óleo diminui, a gente ouve falar de alguns grandes projetos sendo postergados, com isso os serviços ficam menos demandados, o que significa preços menores", disse Oliveira, explicando que essa redução já é observada no mercado de sondas e pode se estender para outros serviços.

Executivos da companhia negaram que a decisão por uma plataforma menor nesse primeiro momento tenha sido tomada em função dos baixos preços do Brent.

Eles destacaram que petroleiras não podem tomar decisões importantes com base na variação do preço no mercado, uma vez que movimentos simples da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) podem mudar rapidamente o cenário.

Entretanto, o presidente admitiu na teleconferência que esperar um aumento do Brent apenas a partir de 2017 ou 2018.

A QGEP é operadora de Atlanta, com 30 por cento de participação, e tem como parceiras a Óleo e Gás, que tem com 40 por cento, e a Barra Energia, com 30 por cento.

(Por Marta Nogueira)