Terra Peregrin ainda não decidiu se manterá OPA da Portugal Telecom SGPS
LISBOA (Reuters) - A Terra Peregrin, da bilionária angolana Isabel dos Santos, ainda não decidiu se irá retirar ou manter a oferta pública de aquisição de ações (OPA) da Portugal Telecom SGPS, que busca travar a venda dos ativos portugueses da operadora brasileira Oi, anunciou a companhia nesta quinta-feira.
Na véspera, o regulador do mercado português, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), disse em comunicado que não aceitou os argumentos apresentados pela Terra Peregrin para isentá-la da regra que dita que o preço de uma oferta tem que ser pelo menos o valor médio da ação nos últimos seis meses.
Esta média ponderada é superior ao preço inicial de 1,35 euro oferecido, tendo a Terra Peregrin reiterado que não estava disposta a rever o preço, visto que a recente falência da Rioforte afetou consideravelmente as perspectivas da Portugal Telecom SGPS de recuperar uma dívida de 900 milhões de euros.
O jornal português Diário Econômico publicou que a bilionária angolana deve comunicar nesta quinta-feira ao regulador português que desistirá da OPA da Portugal Telecom SGPS.
"(A Terra Peregrin) não tomou ainda qualquer decisão relativamente ao prosseguimento ou retirada da oferta", disse a empresa em comunicado. A companhia declarou ainda estar analisando suas possíveis vias de atuação.
A negociação das ações da Portugal Telecom SGPS em Portugal foram suspensas no início da tarde, mas retomadas algumas horas depois. Os papéis fecharam em alta de 2,09 por cento.
A Portugal Telecom SGPS tem 25,6 por cento da Oi, que é dona da totalidade da PT Portugal, cujos ativos portugueses deverão ser vendidos para o grupo europeu Altice por 7,4 bilhões de euros. Essa operação ainda está condicionada à aprovação dos acionistas da Portugal Telecom SGPS, que se reunirão em assembleia geral em 12 de janeiro.
Isabel dos Santos lançou a oferta com o objetivo de travar a venda dos ativos portugueses.
O Conselho de Administração da Portugal Telecom SGPS tem dito que o preço de 1,35 euro por ação oferecido por Isabel dos Santos não reflete o valor da empresa, incluindo as potenciais sinergias de uma consolidação da Oi no Brasil.
(Por Sérgio Gonçalves)
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