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Reguladora suspende negociação de ações da Portugal Telecom SGPS, pede informações

09/01/2015 08h11

LISBOA (Reuters) - A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal suspendeu a negociação das ações da Portugal Telecom SGPS até ser divulgada informação relevante, anunciou a reguladora, que quer mais dados para que os acionistas da empresa possam tomar uma decisão de forma "ponderada e esclarecida" em assembleia em 12 de janeiro.

A CMVM, em comunicado anterior à suspensão, disse que enviou na quinta-feira um ofício ao Conselho de Administração da PT SGPS, com conhecimento ao presidente da mesa da assembleia geral da companhia, António Menezes Cordeiro, "reiterando o pedido de informação complementar e solicitando a adoção de medidas adequadas à salvaguarda integral dos direitos dos acionistas e da legalidade das decisões a tomar".

A CMVM fez referência à carta dirigida por Cordeiro ao presidente do Conselho de Administração da PT SGPS ressaltando "a falta de prestação de informação devida aos acionistas".

Na carta, à qual a Reuters teve acesso, Cordeiro defende o fim dos contratos entre a companhia e a Oi para uma fusão, por terem sido descumpridos após a operadora brasileira ter acordado a venda de ativos portugueses da PT Portugal à Altice.

Em 7 de janeiro, o Conselho da PT SGPS reiterou o agendamento da assembleia, alertando, contudo, que o aval dos acionistas à venda representará o abandono dos termos da fusão.

No entanto, a CMVM disse no comunicado desta sexta-feira que a nota ao mercado da PT SGPS não supriu a falta de informação aos acionistas.

As ações da empresa fecharam o pregão de quinta-feira em alta de 9,8 por cento, a 0,717 euro, recuperando-se da pior sessão de sua história, na qual haviam afundado quase 20 por cento.

A assembleia geral da PT SGPS para decidir sobre a venda da PT Portugal à francesa Altice, agendada para 12 de janeiro, está rodeada de incertezas e poderá culminar num penalizador impasse para os acionistas da PT SGPS e para a brasileira Oi, segundo analistas.

A proposta precisa do aval de 2/3 dos acionistas presentes, um apoio que, segundo os analistas, não está garantido. Um adiamento da votação é outro cenário possível, que também acarretaria os seus riscos.

(Por Daniel Alvarenga)