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Baixos preços forçam encolhimento do setor de petróleo na Noruega

15/01/2015 13h47

Por Joachim Dagenborg

STAVANGER, Noruega (Reuters) - A indústria de petróleo da Noruega vai encolher este ano e o declínio poderá se acentuar no futuro, caso não ocorra uma melhoria nos preços da commodity, disse o diretório de petróleo do país nesta quinta-feira.

Até o fim de 2019, a estimativa é que a produção de petróleo possa cair 8 por cento, com os preços baixos desestimulando novos projetos e tornando a produção em campos maduros menos rentáveis.

"Em um período de cinco anos, nós acreditamos que o investimento vai cair 175 bilhões de coroas (22,7 bilhões de dólares)", disse Bente Nyland, presidente do Diretório Norueguês de Petróleo.

"Isto se deve em parte a menores investimentos em campos em produção na comparação com o que estimávamos no ano passado e em parte a adiamentos de projetos de desenvolvimento de novos campos."

O petróleo Brent já perdeu mais da metade do seu valor desde meados de 2014, sendo negociado atualmente perto de 50 dólares por barril, quase 20 por cento abaixo do preço usado pelo diretório para fazer suas novas projeções.

A produção de petróleo da Noruega foi de 1,51 milhão de barris por dia (boe) em média em 2015 e poderá cair para 1,39 milhão em 2019, estimou a entidade.

Se o Brent não voltar para 60 dólares, a produção pode cair em uma taxa ainda mais acentuada, disse Nyland, embora a produção de campos existentes não seja cortada, já que a maior parte é rentável mesmo com os atuais patamares de preço.

A Noruega tornou-se um dos produtores mais caros de petróleo e dados do banco central do país mostram que nenhum novo projeto baseado em novas plataformas desde meados de 2012 alcançaria equilíbrio econômico com os atuais preços do petróleo.

Perto de uma dúzia de novos projetos de petróleo deverão ser aprovados na Noruega em 2014 e 2015, mas apenas um foi adiante no ano passado e agora apenas uma meia dúzia é esperada para este ano, incluindo projetos da Statoil, Premier Oil e Wintershall, uma unidade da BASF, acrescentou Nyland.

A Statoil e a Shell já cancelaram ou adiaram grandes projetos nas águas da Noruega, enquanto a Lundin Petroleum disse que irá reduzir drasticamente a exploração, focando em projetos já encaminhados.

(Reportagem adicional de Balazs Koranyi e Stine Jacobsen)