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Fabricantes de cosméticos querem conversar com governo sobre aumento do imposto

Marcela Ayres e Aluísio Alves

20/01/2015 21h14Atualizada em 21/01/2015 10h51

SÃO PAULO (Reuters) - As fabricantes de cosméticos querem discutir com o governo federal as implicações do aumento da carga tributária do setor anunciado na véspera, afirmou nesta terça-feira a entidade que representa o setor.

O governo anunciou na segunda-feira que irá alterar a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de cosméticos, equiparando os atacadistas aos produtores industriais, sem aumento de alíquota. A medida integra o mais recente pacote de mudanças fiscais, destinado a elevar a arrecadação em mais de R$ 20 bilhões em 2015.

"O setor quer ter a oportunidade de mostrar que as implicações das medidas anunciadas pelo governo, se aplicadas, prejudicarão o desempenho econômico desta indústria", disse João Carlos Basilio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) em nota.

Segundo o analista Guilherme Assis, da corretora Brasil Plural, o governo tentará com a medida alcançar a taxação sobre a distribuição dos produtos, acabando com planejamento tributário que permitia às empresas pagar menos impostos.

"O impacto é difícil de mensurar, o governo não divulgou a memória de cálculo, então precisamos ter um pouco mais de detalhes", afirmou.

Em nota a clientes, a Elite Corretora pontuou que atualmente muitos produtores abrem empresas atacadistas, que pagam menos impostos, para vender seus produtos a preços mais baixos --uma manobra que seria barrada pela nova medida.

Em nota, o governo disse que a investida "equaliza a tributação ao longo da cadeia de produção e distribuição desse setor, evitando que se induzam acúmulos de margens acentuados no final dessa cadeia".

Segundo o Ministério da Fazenda, a expectativa é de um impacto na arrecadação de R$ 381,41 milhõesneste ano, a partir de junho. Para um ano completo, o montante é estimado em R$ 653,85 milhões.

A ação da fabricante de cosméticos Natura fechou estável nesta terça-feria, depois de recuar quase 3% no início do pregão, enquanto o papel da empresa de consumo Hypermarcas fechou em queda de 0,23%, após cair 1,3%.