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Enterprise impulsiona exportação de petróleo dos EUA, dizem fontes

27/01/2015 12h02

Por Florence Tan

CINGAPURA (Reuters) - As exportações de condensado, um tipo levemente processado de petróleo bruto, dos Estados Unidos tem recebido um importante impulso depois que a operadora de oleodutos Enterprise Products Partners fechou contratos anuais com pelo menos duas grandes tradings para vender petróleo leve, disseram fontes do mercado.

Produtores de petróleo têm pressionado o governo dos EUA para levantar uma restrição que já dura 40 anos às exportações de petróleo. Em dezembro, o Departamento de Comércio quebrou um longo silêncio e começou a aprovar pedidos que se acumulavam para a venda ao exterior de petróleo leve processado.

A Enterprise está vendendo 40 mil barris por dia (bpd) sob os contratos, o que deve dar a ela uma vantagem antes que outras empresas recebam a autorização para exportar condensado produzido em áreas de xisto.

A empresa tem contratos com a Petro-Diamond Singapore (PDS), uma divisão de comércio de petróleo da Mitsubishi Corp, e com a trading independente Vitol [VITOLV.UL], para a venda de 1,2 milhão de barris de condensado dos EUA por mês em 2015, segundo fontes do mercado, que pediram para não serem identificadas por não serem autorizadas por suas empresas a falar com a imprensa.

"Os EUA têm material demais com alto grau API e as exportações de condensado estabilizado serão um importante, embora minoritário, meio de comercialização em 2015", disseram analistas da JBC Energy.

O grau API refere-se à densidade do petróleo. O óleo bruto tende a produzir mais produtos leves como nafta e gasolina quando o grau API é elevado.

Comerciantes de petróleo têm procurado com avidez os novos carregamentos na esperança de explorar oportunidades de arbitragem entre Ásia e Europa.

A PDS estendeu os termos de um acordo com a Enterprise até 2015 depois que o contrato encerrou-se no ano passado, disse uma pessoa próxima do assunto, acrescentando que a prorrogação vai significar o envio de um carregamento de 600 mil barris a cada mês neste ano.

A Enterprise também concedeu à Vitol a realização de leilão de um carregamento por mês este ano, disseram fontes do mercado.

A Vitol fechou dois carregamento entre o fim de dezembro e janeiro, um dos quais foi descarregado na França e outro que deverá chegar no início de fevereiro, segundo dados de frete marítimo.

Em fevereiro, a Vitol deverá fechar dois carregamentos que também deverão ser enviados à Europa já que a janela de oportunidade de arbitragem com a Ásia já havia se fechado, disseram operadores.

Enterprise, Mitsubishi Corp e Vitol não quiseram de manifestar.

Apesar do afrouxamento nas regras de exportação dos EUA, não é fácil vender carregamentos no exterior, já que a oferta norte-americana compete com cargas do Oriente Médio que vêm sendo oferecidas com grandes descontos.

A PDS e a Vitol estão obrigadas pelo contrato com a Enterprise a receber o petróleo mesmo que não encontrem comprador.

A diferença de preços entre o petróleo Brent e o norte-americano West Texas Intermediate (WTI) caiu, o que também desencoraja refinarias europeias a comprar petróleo dos EUA.

A Shell é outra empresa que tem autorização para exportar petróleos leves dos EUA, enquanto a ConocoPhillips ainda busca autorização.

(Reportagem adicional de Osamu Tsukimori em Tóquio, Seng Li Peng em Cingapura, Marianna Parraga e Kristen Hays em Houston)