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Atrasos de obras de geração de energia custaram R$10,8 bi ao setor elétrico em 2013 e 2014

29/01/2015 21h07

BRASÍLIA (Reuters) - Os atrasos e a não entrega de obras de geração de energia elétrica custaram 10,8 bilhões de reais ao setor elétrico entre o início de 2013 e o fim de 2014, disse nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite.

Segundo ele, o atraso das obras está associado às decisões liminares da Justiça que protegem os geradores de serem responsabilizados.

Esses custos bilionários foram pagos, principalmente, segundo Fonseca Leite, por recursos da chamada conta ACR, criada para cobrir a exposição involuntária das distribuidoras de eletricidade.

Como a energia não foi entregue no prazo combinado, as distribuidoras acabaram ficando expostas, tendo que comprar energia no mercado de curto prazo a preços mais altos.

Como os valores da conta ACR serão pagos pelos consumidores a partir dos reajustes de tarifa deste ano, Leite afirma que se houver uma solução, inclusive na Justiça, os consumidores poderão ter um alívio nos aumentos de tarifa já programados para este ano.

"É justo que os responsáveis pelo atraso paguem a conta", disse o presidente da Abradee após tratar do assunto com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

Entre os atrasos citados por Fonseca Leite estão os das hidrelétricas Santo Antônio e Jirau e projetos do grupo Bertin.

Em nota na noite desta quinta-feira, a Santo Antônio disse que começou a operar comercialmente em 30 de março de 2012, nove meses antes do previsto no cronograma original. "Portanto, não há atraso", afirmou.

A empresa disse, ainda, que encerrou 2014 com 32 turbinas em operação, uma capacidade para gerar cerca 2.300 megawatts. Em novembro de 2016, a usina terá 50 turbinas em operação, elevando sua capacidade de geração para 3.568 megawatts, com investimento superior a 20 bilhões de reais.

(Por Leonardo Goy; Edição de Anna Flávia Rochas e Luciana Bruno)